Diego Abreu e Lúcio Vaz Correio Braziliense
A declaração de bens dos candidatos é uma informação valiosa para a decisão dos eleitores, mas não é levada a sério por todos aqueles que concorrem a mandatos eletivos.
O valor do patrimônio pode variar dezenas de vezes de uma eleição para outra.
Há casos de candidatos que declaram os bens, mas não os seus valores.
A maior “perda” patrimonial teria ocorrido com o deputado Camilo Cola (PMDB-ES). Segundo as informações entregues à Justiça Eleitoral, caiu de R$ 259 milhões, em 2006, para apenas R$ 1,5 milhão nesta eleição.
O patrimônio do deputado Osvaldo Reis (PMDB-TO) cresceu de R$ 3,1 milhões para R$ 22,7 milhões nos últimos quatro anos.
O valor da maior propriedade rural do deputado, a fazenda Ozara, de 2,5 mil hectares, pulou de R$ 250 mil, em 2006, para R$ 4,8 milhões neste ano.
A participação na construtora Transmilha Terraplanagem, que estava estimada em R$ 98 mil, agora vale R$ R$ 4,3 milhões.
Aconteceu o inverso com o patrimônio do deputado Lázaro Botelho (PP-TO). Sofreu uma redução de R$ 3,7 milhões para R$ 672 mil em quatro anos, segundo a declaração ao TSE.
O preço da fazenda Ipê, curiosamente, caiu de R$ 2 milhões para R$ 219 mil. O valor da casa em Araguaína passou de R$ 200 mil para R$ 48 mil.
Mas o deputado não apresenta a tese de adequação ao valor de mercado.
No caso do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), o patrimônio cresceu de R$ 238 mil para R$ 6,8 milhões.
Todos os imóveis (apartamentos, casas, glebas de terra) e participações em empresas que aparecem na declaração de 2006 foram mantidos neste ano, com os valores exatamente iguais.
Mas ele passou a ser proprietário de cotas na Agropecuária Satel, no valor de R$ 4,5 milhões. Também comprou uma Cherokee por R$ 180 mil.
Paulo Magalhães (DEM-BA) viu o seu patrimônio crescer de R$ 217 mil para R$ 14 milhões. Ele disse que ganhou uma ação na Justiça contra um banco que administrava o Pesqueiro Porto Seguro, do qual é sócio.
Ex-governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) teve sorte diferente de Camilo Cola. Considerado o “rei da soja”, Maggi viu seu milionário patromônio saltar de R$ 35,2 milhões para nada menos que R$ 152,4 milhões um incremento de 332%.
Na declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral para se candidatar ao Senado, ele informou ter comprado cotas da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), avaliadas em R$ 109 milhões.
Maggi também demonstra ser solícito aos pedidos de amigos.
Emprestou R$ 9,7 milhões para sete pessoas ou empresas.
www.tse.gov.br
Página do Tribunal Superior Eleitoral na internet
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