"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 30, 2010

EM ANO ELEITORAL GASTOS DO GOVERNO DERRUBAM SUPERÁVIT PRIMÁRIO.

Alinhar ao centroEdna Simão O Estado de S. Paulo

A disparada dos gastos do governo federal e dos Estados para viabilizar obras em um ano eleitoral fez com que o superávit primário (economia para pagamento de juros dívida), acumulado em 12 meses até junho, caísse para R$ 69,368 bilhões ou o equivalente a 2,07% do Produto Interno Bruto.

Esse resultado fortalece as apostas de que a meta de superávit primário de 3,3% do PIB só será atingida com o abatimento de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) apontam que o superávit primário acumulado em 12 meses até janeiro totalizou R$ 73,344 bilhões ou 2,31% do PIB.

No decorrer do ano, no entanto, o ajuste fiscal foi afrouxado para ampliar investimentos e a economia recuou para R$ 69,368 bilhões (2,07% do PIB), mesmo com o forte aumento da arrecadação.

Abaixo da expectativa.

O economista da consultoria Tendências, Felipe Salto, acrescentou que o superávit primário em junho veio bem abaixo de sua expectativa de R$ 3,9 bilhões. Pelos dados do BC, a economia para pagamento de juros no mês passado somou R$ 2,059 bilhões, o pior resultado para junho desde 2003.

"As despesas estão altas e a atividade está se arrefecendo e isso afeta as receitas. Estou mantendo minha previsão de que a meta de superávit primário não será cumprida", disse Salto.

A gastança é também nítida nas contas dos governos regionais - inclui Estados e municípios - que registrou superávit de R$ 1,7 bilhão no mês passado, o mais baixo desde junho de 2006.

Esse resultado foi puxado pelos governos estaduais, que, para ampliar investimentos em ano eleitoral, reduziram para R$ 985 milhões a contribuição para o governo federal - o valor mais baixo para o mês desde junho de 2003.

Os governos estaduais também colocaram o pé no acelerador e ampliaram suas despesas. O superávit primário dos Estados somou R$ 13,966 bilhões no semestre, o pior resultado para o período desde 2006.

Efeito eleições

R$ 69,3 bi é o superávit do governo acumulado em 12 meses até junho
2,07% é a porcentagem do resultado em relação ao PIB

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