Luciano Pires e Victor Martins Correio Braziliense
Em um cenário de acomodação do crescimento econômico, alguns dos combustíveis que fizeram o país bater todos os recordes de expansão no primeiro trimestre tendem a perder força ao longo de 2010.
Emprego, renda, crédito à pessoa física, financiamento às empresas, liberação de recursos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que funcionaram como pilares do Produto Interno Bruto (PIB) entre janeiro e março, continuarão a mover as demais engrenagens, só que em uma intensidade menor.
Analistas dizem que será justamente essa moderação que permitirá ao Brasil sonhar com novos saltos a partir de 2011.
Nos últimos anos, as porteiras do crédito foram escancaradas. O consumidor e as companhias, que não estavam acostumados com tanta fartura, ampliaram fortemente seus níveis de endividamento.
Nesse embalo, cresceu 17% a quantidade de financiamentos das pessoas físicas entre maio do ano passado e abril de 2010. O setor produtivo ficou pouco abaixo: 15,8%. Juntos, esses segmentos somaram, em abril, R$ 1,4 trilhão.
Tanto dinheiro foi convertido em investimento, vendas e compras e, apesar do cenário de desaceleração previsto para os próximos meses, o Brasil ainda tem fôlego para ampliar o endividamento em alguns segmentos.
A parcela da população com renda acima de R$ 10 mil mensais dá sinais de que não consegue contrair mais dívidas. Por dois meses consecutivos, conforme dados da Serasa Experian, esse grupo de pessoas, que liderou a busca por recursos no fim da crise financeira, registrou recuo na demanda por crédito.
Em abril, a retração foi de 6% frente a março. Em maio, de 4,5% contra o mês anterior. Os financiamentos para veículos também se encaixam entre os segmentos que se aproximam de um limite.
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