"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 14, 2010

UM CORTE MAIS PARA ARRANHÃO.ENCENAÇÃO!

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Correio Braziliense -

O ministro do Planejamento Paulo Bernardo, atirou no que viu e acertou no que não viu ao traçar sombrio prognóstico em entrevista publicada ontem: Vai doer.
Ele se referia ao forte arrocho nos gastos públicos anunciado para a próxima semana.

Mas o que dói é constatar a incoerência entre o discurso e a prática do governo.

Com todas as despesas que representam, órgãos estão em criação, e a estatal Telebrás, em reativação. Mais: os estados acabam de ser autorizados pela União a contrair empréstimos de até R$ 40 bilhões, aumentando o endividamento.

Voltemos os olhos para trás e a situação não muda. Desde a posse de Lula na Presidência da República, mais de 200 mil cargos foram criados. Só de 2008 para cá, os gastos com servidores cresceram R$ 39 bilhões.

Portanto, olhando-se o futuro ou o passado, a identidade da atual administração federal exibe o perfil perdulário de sempre. Quem acreditará na troca desse retrato 3x4 em branco e preto por colorido pôster de um Palácio do Planalto parcimonioso, a pouco mais de sete meses do fim do mandato?

Não será o dragão da inflação, nem o Leão da Receita Federal, nem o bode do crescimento que são os juros mais altos do mundo..

A dor maior, o ministro não mencionou, é constatar que, por mais poderosa e mais a fundo que se passasse a tesoura agora (já se mostrou que não será nada disso), ela chega demasiado tarde. Não que seja dispensável, pois é sempre bem-vinda.

Afinal, é melhor o mau aluno fazer o dever de casa a caminho da escola do que não fazê-lo jamais. As consequências, contudo, são inevitáveis. Nesse caso, para tamanho gasto contratado e a contratar, a carga tributária sempre estará pequena e o arrocho monetário, insuficiente.
(...)
Mas assusta ver o governo anunciar, praticamente ao mesmo tempo, corte de R$ 10 bilhões no Orçamento da União e a criação do consórcio Autoridade Pública Olímpica, para planejar os Jogos de 2016, e da Empresa Brasileira de Legado Esportivo, que se encarregará da execução das obras.

Apenas para estruturá-los, serão gastos R$ 94,8 milhões. Registre-se, ainda, a reativação da Telebrás, que absorverá R$ 3,22 bilhões do Tesouro até 2014.

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