"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 05, 2010

DÉFICIT EXTERNO : PREVISÃO DE US$ 42 bilhões

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Autor(es): Fernando Travaglini, de Brasília
Valor Econômico
O Ministério da Fazenda já trabalha com uma projeção para o déficit em transações corrente de US$ 42 bilhões, o equivalente a 2,2% do PIB, disse ontem o ministro Guido Mantega. O valor é inferior à projeção do Banco Central (US$ 49 bilhões) e também à mediana de mercado pesquisada pelo Boletim Focus, do BC (US$ 50 bilhões). Para 2011, a Fazenda estima novamente um cenário de déficit de US$ 50 bilhões, cerca de 2,5% do PIB, conforme apresentação feita pelo ministro.

Apesar do patamar elevado e da expectativa de crescimento, Mantega reiterou que o quadro não expõe o país a vulnerabilidades externas. "Traria (vulnerabilidade) se tivéssemos dívida externa elevada e baixas reservas", como no passado, disse o ministro durante apresentação no seminário sobre os 10 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal, no Instituto Brasiliense de Direito Público, em Brasília.

"Praticamente não temos vulnerabilidade, mas não é bom alimentar esse déficit. É preciso dar competitividade ao setor exportador", ponderou o ministro. Conforme antecipou o Valor, o governo deve anunciar hoje um pacote de incentivos à exportação que deve incluir ampliação do Simples, queda nos prazos para devolução de PIS-Cofins e a criação de um banco de financiamento ao comércio exterior. "As medidas terão impacto imediato ao baratear os custos."

Ainda ontem, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que o déficit como proporção do PIB é financiável com investimento externo e menor do que em épocas passadas. "O governo se preocupa, mas não é crítico para este ano", disse durante o seminário Câmbio e Juros, na Câmara dos Deputados.

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