Na galeria de seus ex-presidentes, a União Nacional dos Estudantes (UNE) ostenta a foto do pré-candidato do PSDB José Serra.
Entre 1963 e 1964, o tucano que vai disputar a sucessão de Lula comandou a entidade estudantil, partindo para o exílio enquanto estava no posto.
Hoje, 46 anos depois e com R$ 10 milhões em verbas federais no cofre, a organização tenta conter a forte pressão para declarar apoio formal à Dilma Rousseff (PT), candidata de Lula e rival de Serra na corrida presidencial.
A maioria das correntes internas da UNE vai defender durante o 58º Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), que acontece no Rio entre quinta-feira, 22, e domingo, 25, o apoio declarado à Dilma. Resta saber se eles vão conseguir convencer os demais.
"A minha opinião é que a UNE tem que manter uma postura de mais independência no pleito, sem declarar apoio formal a nenhum dos candidatos", diz o presidente, Augusto Chagas.
A única vez em que a UNE declarou apoio formal a um candidato foi em 2002, no segundo turno, quando a entidade optou por Lula após um plebiscito.
Na entrevista a seguir, ele detalha a pressão que a UNE vem enfrentando, fala sobre os repasses federais, analisa o governo Lula ("políticas sociais têm se consolidado") e o governo Serra ("a relação que manteve com movimentos sociais foi trágica") e defende o controle social da mídia.
A UNE está avaliando a possibilidade de declarar apoio a um candidato nas eleições. Como está essa discussão?
É uma polêmica que sempre reaparece. O Coneg tem por objetivo justamente debater a postura que a UNE vai ter nas eleições. A nossa diretoria é muito plural. Se você pegar as quatro pré-candidaturas presidenciais, todas têm jovens representados na UNE.
Um comentário:
Que vergonha UNE!
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