"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 29, 2010

SERRA, PATRÍCIA SABOYA, CIRO E O CEARÁ.

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Adriano Ceolin, iG Brasília

A senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) foi uma das primeiras pessoas a falar com Ciro Gomes (PSB) após o anúncio oficial do fim da candidatura dele à Presidência da República. Ex-mulher de Ciro, Patrícia mantém amizade e integra seu grupo de aliados no Ceará.

Ela avalia que José Serra (PSDB) vai ganhar força no Estado com a saída de Ciro da disputa.

“Acabei de falar com o Ciro. “Me parecia calmo e sereno”.

A senadora afirmou que Ciro vai “submergir, mergulhar”.

Patrícia disse que Ciro não deverá fazer esforço para Dilma. “Não vejo ele com esse desejo não. Pode dar alguma declaração no Ceará”, disse.

“O Ciro não acredita na Dilma. “Não é a liderança que o Brasil precisa nesse momento”, completou.

iG - A senhora conversou com o Ciro Gomes?
Patrícia Saboya – Acabei de falar com ele. Me parecia calmo e sereno. Disse que já esperava a decisão do PSB apesar do esforço dele. Tudo indicava uma derrota da candidatura própria. Ele vinha lutando da forma que acreditava que era possível, por isso começou espernear.

iG – Ele disse para senhora o que vai fazer a partir de agora?
Patrícia – Ele vai mergulhar mesmo. Talvez dê uma viajada. Não quer mais falar sobre o assunto. Ele disse que tem de aceitar a derrota. Da mesma forma que lutou tem de terminar com dignidade. Ele não vai sair atirando.

iG – Por que a senhora acha isso?
Patrícia – Porque Ciro já disse o que tinha de dizer. Aquele dia no iG ele já disse o que tinha de dizer. Então, agora a tendência dele é submergir. O irmão dele é candidato à reeleição no Ceará.

iG – O que o governador Cid Gomes achou da decisão do PSB?
Patrícia – Eu não converso muito com o Cid. Ele é mais reservado e não é tão emocional como o Ciro. É mais difícil detectar as emoções do Cid.

iG – A senhora acha que o Ciro vai apoiar Dilma Rousseff (PT) para presidência?
Patrícia – Não vejo ele com esse desejo não. Pode dar alguma declaração no Ceará.

iG – Ele não vai apoiá-la como fez com Lula em 2002?
Patrícia – Não acredito nisso.

iG – Por quê?
Patrícia – O Ciro não acredita na Dilma. No Lula, ele acreditava. Achava que ele seria capaz de ser um bom presidente. Ciro acha Dilma uma pessoa trabalhadora, competente, mas não é a liderança que o Brasil precisa nesse momento.

iG – O que ele disse sobre a Dilma para a senhora?
Patrícia – Disse que é uma pessoa boa, mas não é preparada.

iG – Mas ele também não vai pedir voto para José Serra (PSDB)?
Patrícia – Acho que ele não vai se manifestar muito nessa campanha presidencial.

iG – E a senhora?
Patrícia – Eu sou candidata a deputada federal, mas estou desanimada com essa coisa da política. É triste tudo isso que aconteceu.

iG – Acha que o Ciro foi atropelado?
Patrícia – Acho sim, mas o PSB não é meu partido. Mas eu fui vítima disso no Ceará. Do PSB e do PT quando tentei ser candidata a prefeita. Por isso ingressei no PDT.

iG – A senhora avalia que ação do PT para tirar Ciro da disputa vai repercutir no Ceará? Isso vai criar um problema para Dilma no Ceará?

Patrícia – Com a saída do Ciro,o Serra vai entrar bem mais forte no Ceará. Porque o PSDB, com a liderança do senador Tasso Jereissati, fica muito mais livre para poder trabalhar para Serra.

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