"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 08, 2010

FOI NO 22 DE ABRIL/1500 QUE TUDO COMEÇOU

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Quando o Cabral que era Pedro,/ quis descobrir o Brasil,/ escolheu um dia bom,/ era primeiro de abril,/ saiu de Lisboa manguaçado,/ assim mesmo conseguiu,/ em sua jangada tosca,/ formar um bom pastoril.

Chamou Dom Pedro segundo,/ pra tocar seu violão,/ pediu a dona Izabel,/ segura meu rabecão,/ que hoje aqui vai ter festa,/ brincadeira de salão,/ seu par vai ser Tiradentes,/ o Sardinha, capelão.

Oh Pero! Vás, com a minha,/ lá pro fundo do quintal,/ avisa que o Conde deu,/ a guitarra e o berimbau,/ pro Padre Feijó, sem saia,/ que escondia o bilál,/ fantasiado de Adão,/ pra brincar no carnaval.

Escreve aí, Deodoro,/ o que vamos descobrir,/ começamos na Bahia,/ e vamos pro Piauí,/ piar de ponta cabeça,/ correr, trepar, e subir,/ no pau de sebo da praça,/ beber, pagar, e sair.

Dom João Sexto olhava o Quinto,/ olhava e não via nada,/ tinha perdido os óculos,/ na festa da madrugada,/ a carraspana foi boa,/ com cana bem preparada,/ pelo Getulio, o Vargas,/ o melhor da cachaçada.

A frota foi preparada,/ com três jangadas bonitas,/ Maria, Pinta e Nina,/ de velas muito esquisitas,/ feitas com rede de pesca,/ e enroladas com fitas,/
bordadas com lantejoulas,/ construídas por Anita.

O Luiz, que é bom de tapa,/ conhecido Por Caxia,/ gritava, todos a bordo,/ a jornada se inicia,/ vamos atravessar o mangue,/ cantando a Ave Maria,/ não tenham medo do vento,/ aqui tudo é calmaria.

Viajaram por três dias,/ e foi assim pessoal,/ que durante essa viagem,/ de festança e bacanal,/ que os índios brasileiros,/ com suas nudez total,/ criaram o Pierro ut,/ inventaram o carnaval.

Quando chegaram; a praia/ estava quase um deserto,/ desceram de seu transporte,/ que já estava repleto,/ de presentes e bugigangas,/ distribuídos correto,/ com os farofeiros na areia,/ que protestavam, por certo.

Cabral ficou arretado,/ gritava: assim não vai dar!/ Vamos formar uma fila,/ temos que organizar,/ primeiro chamem o Lula,/ que gosta de enrolar,/ o povo besta e pacato,/ deste país popular.

No Lula faltava o dedo,/ mindinho em uma mão,/ quem foi que comeu o dedo?/ O Felipe Camarão,/ queria comer Lula todo,/ mas ele deu um puxão,/ deu um pulo do riacho,/ tu vai é comer é o cão.

Deodoro deu um grito./ INDEPENDÊNCIA OU MORTE!/ Se alguém escapar dessa,/ é que vai ter muita sorte,/ sorte ali e pegue aqui,/ quero fugir desse corte,/ depois de toda essa trama,/ não tem pau que não entorte.

Os Conselhos do Antonio,/ era para apaziguar,/ os ânimos que no momento,/ estavam pra estourar,/ tira d’alí, e põe aqui,/ todos queriam enricar,/ o ouro corria solto,/ se roubam, vamos negar.

O Dom João tomou ciência,/ do que estava acontecendo,/ chamou logo o Calabar,/ e foi logo lhe dizendo,/ vá direto pro Brasil,/ e logo vás escrevendo,/ me diz tudo direitinho,/ como eles estão procedendo.

Cala; cala, esse safado,/ gritou alguém na retreta,/ cortemos a perna dele,/ ela vai ficar perneta,/ leva ele lá pra mata,/ só com a perna direita,/ será o Saci agora,/ do folclore, um capeta.

De repente fez-se silêncio./ era Mauricio, o Nassau,/ que chegou de bicicleta,/ com sua perna de páu,/ trazia junto o Pereira,/ que Duarte pega mal,/ com todas as prostitutas,/ vindas lá de Portugal.

O frade foi pro convento,/ que fica lá na charneca,/ e foi se infiltrar na turma,/ conhecida por careca,/ se escondeu da batalha,/ feita com arco e fecha,/ quando o povo o encontrou,/ botaram o Frei na Caneca.

Estava desorganizado/ alguém tem que organizar,/ chamemos o Borba Gato,/ ele é quem vai desbravar,/ do Oiapoque ao Chuí,/ teremos que conquistar,/ são as ordens do monarca./ nosso rei, mas popular.

O Barba, Sena e Quina,/ que jogava dominó,/ pegou, três índias novinhas,/ enroladas com cipó,/ dizia ninguém encosta,/ se chegar vai ter nopró,/ não tirem minhas meninas,/ essas são de um cara só.

Tentaram, fazer chantagem,/ o Barba não consentiu,/ armaram ate cilada,/ mas o Barba não caiu,/ olhava só de relance,/ lá para a beira do rio,/ quando tentaram lhe roubar,/ pegou as índias e fugiu.

Quando Dona Leopoldina,/ chegou naquela estação,/ já estavam lhe esperando,/ João Cabral, o Neto do escrivão,/ dona Beija a beijoqueira,/ que cantava o capitão,/ conhecido por Bondoso,/ Virgolino o Lampião.

J K, plantava as arvores,/ que chegavam de Natal,/ capital da Paraíba,/ rainha do laranjal,/ local onde um boi voava,/ bem na beira do canal,/ puxado por uma corda,/ por Mauricio de Nassau.

Onde esta o presidente?/ perguntaram abismado,/ ele deve estar voando,/ como? Se ele não é alado!/ Mas ele nunca trabalha!/Assim mesmo ele é amado,/ quem trabalha não tem tempo,/ de ficar, rico abastado.

Quando aportaram em Minas,/ no meio de matagal,/ chamaram o comandante,/ o Pedro Álvares Cabral,/ aqui estamos no centro,/ desse país colossal,/ que vamos fazer agora?/ Construir a capital!

Vamos chamar de Brasília,/ será um lugar bonito,/ sem cruzamentos de vias,/ quero deixar tudo escrito,/ construiremos o Congresso,/ esplanada pra ministro,/ um palácio pra ex operário,/ que é pra ele ficar rico.

Vamos construir um lago,/ cheio de caldo de cana,/ onde todos os trambiqueiros,/ lavarão, a sua grana,/ ganhas de forma espúrias,/ mas serão só os bacanas,/ os pobres ficam de fora,/ tomando banho na lama.

Será um país bonito,/ com praias de norte a sul,/ sol durante o ano todo,/ e não haverá buruçu,/ mesmo os grandes roubando,/ não querem fazer zunzum,/ os ladrões estão é certos,/ prisão? Não sai pra nenhum.

É assim meu pessoal,/ que formaram nosso país,/ que lá fora é conhecido,/ como lar dos cariris,/ que furtam em todos os estágios,/ larápios, que assalta em xis,/ quem observa de longe,/ vê que somos dois Brasis.

Um que muitos só trabalham,/ outro pra poucos ganhar,/ um onde o povo sofre,/ com impostos pra pagar,/ no outro ficam com tudo,/ com políticos a gargalhar,/ ficando com toda a grana,/ mas se elegem sem parar.

É assim que funciona,/ 510 anos de carnaval,/ o povo, todos, palhaços,/ políticos, cara-de-pau,/ porta bandeira sem dedo,/ politicagem total,/ a música em forma de frevo,/ é o Hino Nacional.

De escrever essa história,/ fiquei com dor no pescoço,/ dizem que é torcicolo,/ quem diz é doutor de osso,/ mas essa dor não é dor,/ de certa forma, é o esforço,/ de mexer essa panela,/ com nosso ANGU SEM CAROÇO.
Transcrito de : Angu sem Caroço

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