"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 27, 2010

CIRO REFÉM DA ROSA-DOS-VENTOS.

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Andréia Sadi e Priscilla Borges, iG Brasília

O deputado Ciro Gomes terá hoje seu destino nas eleições 2010 selado por seu partido, o PSB. Inconformado com o que deve ser anunciado formalmente – que ele estará fora da disputa presidencial –, o deputado postou em seu site (cirogomes.com) trecho de um poema bastante utilizado por quem critica o autoritarismo. O crédito dado por ele, no entanto, está errado.

Apesar de o poema se chamar No Caminho, com Maiakóvski, o russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930) nada tem a ver com a autoria do texto, como afirma Ciro Gomes.

O poema é de autoria do poeta fluminense Eduardo Alves da Costa e diz:

“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”

Há outros poemas que lembram o conteúdo do texto escrito por Eduardo Alves da Costa. Um é de autoria de um pastor luterano, alemão, Martin Niemöller. O outro, de Bertold Brecht. Nenhum, no entanto, de Maiakóvski.

A confusão entre os autores, segundo entrevista dada por Eduardo Alves da Costa à Folha de S. Paulo em 2003, é comum. Roberto Freire teria publicado o poema em livro, na década de 1970, atribuindo a autoria do poema ao russo, colocando Eduardo como tradutor do texto.

Polêmicas

Ciro havia criado grande polêmica com o partido quando questionou no artigo A história acabou?, publicado no mesmo site, os companheiros pela não-aceitação de sua candidatura. Integrantes da direção do partido não gostaram do “tom agressivo” de Ciro.

A avaliação é que, na legenda, o “ambiente piorou” para ele. O deputado pressionou o partido e, em tom de desabafo, subiu o tom das críticas em relação ao próprio PSB. Ciro perguntou: “O PSB é um ajuntamento como tantos outros, ou a expressão de um pensar audacioso e idealista sobre o Brasil?”.

O PSB deve anunciar o apoio formal à candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. A decisão foi tomada na semana passada, durante conversa entre o governador Eduardo Campos e presidente do partido, líderes do PSB e o próprio Ciro.

Aqui : Os poemas...

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