Daniel Brito/Correio Braziliense
O PT prepara uma operação de guerra na internet a fim de dar fôlego à campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A ideia é municiar com textos, áudios e vídeos os 518.912 filiados que participaram, em novembro de 2009, das eleições internas do partido.
Eles terão a missão de reproduzir e distribuir o material de propaganda em blogs e redes sociais, como Orkut, Facebook, Twitter e Google Buzz.
Uma das prioridades do novo secretário nacional de Comunicação do PT, deputado federal André Vargas (PR), a estratégia tenta transplantar para o mundo virtual a base social da legenda, considerada um dos trunfos na ofensiva para derrotar o PSDB na sucessão presidencial.
“O PT já conta com uma imensa base social, ao contrário dos tucanos. A nossa militância tem discurso e será estimulada a divulgá-lo”, diz Vargas.
“Vamos trabalhar fortemente na internet.
O Twitter, por exemplo, pauta a mídia e é um instrumento formador de opinião.
Cogita, ainda, montar estruturas físicas que seriam usadas pelos filiados para inundar as redes sociais de elogios a Dilma e críticas ao concorrente da oposição na disputa pela Presidência da República — provavelmente, o governador de São Paulo, José Serra.
“A guerra de guerrilha na internet é a informação e a contrainformação”, afirma Vargas.
A menção do deputado à contrainformação não é à toa.
O páreo presidencial deste ano tende a ser acirrado e de baixo nível, segundo governistas e oposicionistas.
Jogo pesado
Caberá à militância partir para o confronto direto e desferir, se necessário, golpes abaixo da linha de cintura do adversário.
No ano passado, no auge da crise que assolava o Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), montou uma espécie de bunker virtual só para rebater notícias e declarações que defendiam a saída dele do cargo.
Antes de ser descoberta, a tropa sarneyzista se dedicava a desqualificar notas postadas nos principais blogs de política do país.
Na empreitada, usava os espaços destinados aos comentários.
A estratégia pode ser reeditada pelo PT na campanha presidencial.
“A baixaria vai acontecer. Agora, acho que não dá resultado”, declara Vargas.
O novo secretário de Comunicação é considerado um moderado.
“Talvez, o mais moderado entre os moderados”, diz, bem-humorado.
Foi alçado ao posto a fim de barrar a articulação de um grupo petista destinada a emplacar na função o deputado estadual Rui Falcão (SP).
Ligado à ex-prefeita Marta Suplicy, Falcão é apontado como um dos responsáveis pela propaganda do PT que em 2008, durante a campanha pelo comando da capital paulista, fazia perguntas sobre a vida pessoal do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Segundo os democratas, a peça insinuava que Kassab é homossexual.
Tirada do ar diante da repercussão negativa, não impediu a derrota de Marta na disputa.
Campanha da Fraternidade 2010: “Não se pode servir a Deus e ao PT”.
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