“Por que vocês não param de falar da Dilma?”, não param de berrar, cada vez mais estridentes, as patrulhas do stalinismo farofeiro.
Porque não se deve parar no meio o serviço que começou com a destruição da fantasia da superexecutiva incomparável, costurada para camuflar a gerente de microempresa de subúrbio.
É preciso concluir a desmontagem da farsa forjada para instalar na presidência da República uma Dilma Rousseff que não há.
O Brasil que vê as coisas como as coisas são já enxerga com nitidez uma candidata sem brilho, sem modos, sem ideias, sem rumo.
E ouviu nesta semana uma oradora bisonha despejando palavrórios indecifráveis sobre plateias sonolentas.
O Brasil do faz-de-conta enxerga o que quer e transforma em tribuno até aprendiz de camelô. Na passagem de Dilma por Minas, viu o nascimento de uma estrela dos palanques.
“Uma boa estreia no debate político”, diz o título da nota publicada pelo jornalista Ilimar Franco no Globo desta quinta-feira. ”Muito comemorado no governo o discurso de Dilma Rousseff sobre a oposição e o PAC”, informa o texto.
“O presidente Lula e seus assessores avaliam que ela dissipou quase todas as dúvidas existentes quanto ao traquejo e a sensibilidade da candidata do PT. (…) A reação da oposição (…) mostrou, segundo eles, que Dilma é boa de briga”.
Nesta sexta-feira, num sindicato em São Paulo, Dilma exibiu-se outra vez ao lado do padrinho.
”É preciso discutir o que será do país pós-Lula”, ensinou num trecho da discurseira. .
”É preciso discutir o que será do país pós-Lula”, ensinou num trecho da discurseira. .
Lula ouviu aquilo com cara de pai da noiva. E condecorou a afilhada.
“A bichinha está palanqueira, palanqueira de primeira”, fantasiou. Ninguém ousou discordar.
Prisioneiro da formação intelectual indigente, incapaz de descobrir se alguém deve inscrever-se no Enem ou reinvidicar uma cátedra em Harvard, é possível que Lula ache mesmo que Dilma é um colosso.
Mas o coro dos contentes não é feito só de lulas. Muitos sabem que nem o mais po-popular dos presidentes elege uma nulidade de alto risco.
Sabem que Dilma seria pulverizada por um Jânio Quadros no primeiro minuto do primeiro debate. Sabem que a mulher que mente compulsivamente é ela própria uma mentira.
É possível que os grandes eleitores de Dilma andem mentindo a si mesmos. É possível que tenham resolvido acreditar na mentira que inventaram. Talvez acreditem que a oposição não passa de um conglomerado de idiotas.
Talvez achem que eleitor engole tudo.
Seja qual for a alternativa correta, cumpre à imprensa independente impedir o assassinato da verdade e cabe à parte saudável do país evitar o triunfo da face escura.
O destino da fraude dirá se o Brasil faz sentido.
Augusto Nunes
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