A equipe econômica do presidente Lula está convencida de que há um movimento no mercado visando forçar um aumento de juros na segunda reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) em 2010.
Reunião programada para março do próximo ano.
Reunião programada para março do próximo ano.
Poderia ser a última com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no cargo, caso ele decida mesmo sair candidato para disputar algum posto na eleição.
Na avaliação da equipe de Lula, seria uma forma de tentar antecipar uma alta dos juros que todos consideram inevitável, mas que teria de vir apenas no segundo semestre de 2010.
Qual a lógica dessa pressão do mercado?
Facilitar a vida e reduzir pressões sobre aquele que viria a substituir Meirelles no comando do BC.
O nome mais cotado hoje é o de Alexandre Tombini, um funcionário de carreira respeitado e que conta com a simpatia do Palácio do Planalto.
Mas que não teria a mesma autonomia do atual presidente do banco.
Ou seja, Meirelles teria muito mais poder e liberdade para iniciar esse movimento de alta dos juros antes de sua saída do cargo, pavimentando o caminho para os necessários ajustes na política monetária diante da forte retomada do crescimento da economia no início do próximo ano.
A vida de seu substituto ficaria muito mais fácil.
Bastaria a ele dar continuidade a um processo leve e gradual de alta dos juros, visando manter na meta não a inflação de 2010, mas a de 2011, no primeiro ano do sucessor do presidente Lula.
Algumas dúvidas.
Primeiro:
será que Meirelles, de olho numa eleição, estaria disposto a antecipar uma medida impopular como a alta dos juros?
Talvez, para um candidato, o melhor seria não tocar em temas que possam subtrair-lhe votos no pleito eleitoral.
Segundo:
até pouco tempo, o presidente do BC fazia questão de dizer a amigos e assessores mais próximos que havia mudado de ideia e estava disposto a permanecer no cargo.
Se não for sair, essa crônica da alta de juros anunciada perderia um certo sentido.
A conferir.
A crônica de um ajuste anunciado
Por outro lado, há um ajuste que não virá no próximo ano, mas terá de ser feito pelo sucessor do presidente Lula, seja ele quem for:
um ajuste fiscal, ou seja, corte de despesas para reduzir o aumento da gastança observado na reta final do mandato do petista.
um ajuste fiscal, ou seja, corte de despesas para reduzir o aumento da gastança observado na reta final do mandato do petista.
Claro que muitos dos gastos elevados têm sentido econômico, dado que são investimentos em infraestrutura.
Esses são necessários e devem ser preservados.
Mas o governo atual aumentou as despesas com custeio da máquina e de pessoal, diminuindo o espaço do superávit primário.
Essa conta ficará para o próximo presidente.
A não ser que ele conte com a sorte de a economia conseguir crescer fortemente sem pressões inflacionárias.
Mas isso é algo que poucos economistas acreditam ser possível.
Também a conferir