Então candidato ao governo do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral assegurava aos eleitores, em sua campanha de 2006, que todo o estado teria policiais “ocupando as ruas de dia, de noite e de madrugada”.
O que afirmou ser um “compromisso”, não uma promessa, caiu por terra à medida que o crime e a violência cresceram, principalmente na capital - com confrontos pesados entre policiais e traficantes, que culminaram na derrubada de um helicóptero por traficantes, em outubro deste ano.
Uma estratégia comum entre os políticos: dizer que o governo anterior aumentou os impostos, que os índices atuais são inadimissíveis e que uma de suas prioridades será reduzir as taxas cobradas da população e fazer o dinheiro do trabalhador render.
Uma estratégia comum entre os políticos: dizer que o governo anterior aumentou os impostos, que os índices atuais são inadimissíveis e que uma de suas prioridades será reduzir as taxas cobradas da população e fazer o dinheiro do trabalhador render.
Marta Suplicy entrou nesse barco na campanha de 1999, à prefeitura de São Paulo.
Como que tomada por uma amnésia da promessa feita aos eleitores, as medidas colocadas em prática depois da posse em nada lembravam o que havia sido dito pela então candidata.
A história se resume no apelido com o qual ela deixou a prefeitura, ao fim de seu mandato: Martaxa.
“Reduzir o número de impostos” é promessa recorrente entre os governantes brasileiros, talvez porque o peso da carga tributária sempre foi (e ainda é) uma das principais reclamações dos brasileiros.
“Reduzir o número de impostos” é promessa recorrente entre os governantes brasileiros, talvez porque o peso da carga tributária sempre foi (e ainda é) uma das principais reclamações dos brasileiros.
Fernando Henrique Cardoso repetiu a mesma promessa nas duas candidaturas à Presidência, em 1994 e 1998: garantiu a realização de uma reforma fiscal, que aumentaria a receita e diminuiria o número de impostos.
Mas FHC repetiu o costume dos antecessores e deixou de lado esse compromisso.
A carga tributária brasileira seguiu crescendo. E ao brasileiro continuou restando uma parte pequena demais do salário.
José Serra colocou seus mandatos seguintes em jogo ao garantir aos eleitores de São Paulo que cumpriria integralmente seu período à frente da prefeitura de São Paulo, na campanha eleitoral de 2004.
José Serra colocou seus mandatos seguintes em jogo ao garantir aos eleitores de São Paulo que cumpriria integralmente seu período à frente da prefeitura de São Paulo, na campanha eleitoral de 2004.
“Meu propósito, meu compromisso é governar São Paulo (a cidade) por quatro anos”, disse, em um debate na TV, recomendando aos eleitores que não votassem mais nele caso descumprisse a promessa.
O eleitor não seguiu a orientação do tucano.
Dois anos depois de eleito à prefeitura, ele se candidatou ao governo paulista - e venceu.
“Lutar contra a corrupção e melhorar a vida do povo”.
“Lutar contra a corrupção e melhorar a vida do povo”.
Esse era o slogan repetido pela trinca de ases do PT Marta Suplicy, José Dirceu e José Genoino na campanha de Lula em 2002.
E o então candidato completava:
“A turma do PT só pensa nisso”.
O discurso vinha sendo exaustivamente usado desde os tempos de sindicalismo. Lula é, então, eleito para o primeiro mandato de presidente.
E a estrela do PT, até então incorruptível, se trinca com denúncias como a do mensalão, derrubando os altos nomes do partido, como Dirceu e Genoino - acusados de comandar o esquema de suborno de parlamentares.
Quando não pode mais permanecer calado e alheio às denúncias, Lula defende-se dizendo que não sabia de nada.
“É essa injustiça, uns ganhando tanto, outros tão pouco, que vamos corrigir quando eu chegar à Presidência.”
“É essa injustiça, uns ganhando tanto, outros tão pouco, que vamos corrigir quando eu chegar à Presidência.”
Com essa promessa, o então candidato Fernando Collor iniciou um de seus programas na campanha de 1989, quando garantiu que tiraria qualquer “corrupto e boa vida” do governo.
Mas o homem que surgiu para o cenário nacional como “caçador de marajás” marcou seu nome na história política brasileira como o primeiro presidente afastado por impeachment, depois de uma série de denúncias de corrupção feitas por seu irmão Pedro Collor em entrevista a VEJA.
Ao pedir “mais um voto de confiança” à população, Lula abre seu programa eleitoral, rumo ao segundo mandato, afirmando:
Ao pedir “mais um voto de confiança” à população, Lula abre seu programa eleitoral, rumo ao segundo mandato, afirmando:
“Ao assumir o governo, uma das minhas primeiras providências foi reforçar o combate ao crime e à corrupção”.
Ele diz que, na verdade, o que aumentou não foi a corrupção, mas sim o combate a ela.
Depois desse exercício de retórica, ele diz que a “luta” continua “doa a quem doer” e que “todos os culpados, sejam quais forem, serão exemplarmente punidos”.
O presidente, no entanto, rasga o compromisso. O presidente do Senado, José Sarney, se mete numa teia de escândalos difícil de se safar.
Quando a oposição começa a pedir sua renúncia, Lula reúne a cúpula do PT e ordena: “É para salvar o Sarney”.
Fonte e Imagens: Veja.com (Leia mais aqui....)
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