Mais do que a fragilidade de nosso sistema de energia que, segundo o governo, pode ser paralisado por um raio, o apagão leva a outros tipos de preocupação.
Vejamos algumas:
Primeiramente, há que se preocupar com a intoxicante propaganda que inclui o culto da personalidade de Lula da Silva, algo característico dos sistemas ditatoriais.
Só fatos positivos podem ser exibidos e benefícios são distribuídos aos pobres e ricos em forma de bolsas-esmola ou lucros fabulosos.
É omitido, por exemplo, que a subestação do apagão nunca foi fiscalizada; que o governo deixou de investir R$ 20 bi em infraestrutura nos últimos cinco anos;
que o desperdício do governo ligado ao aparelhamento do Estado e às bondades para com vizinhos e amigos é prejudicial ao povo brasileiro;
que as contas do governo são maquiadas através de reajustes fiscais;
que o Congresso Nacional tem sido progressivamente submetido ao voluntarismo político do Executivo;
que o sistema de Saúde é cruel;
que o sistema de Saúde é cruel;
que a Educação atingiu seu nível mais baixo em termos de qualidade;
que o presidente da República não perde a oportunidade de promover o descrédito da imprensa enquanto seu governo sonha estatizar a mídia e coopta a imprensa do interior;
que instituições importantes para a democracia apontam para veracidade do ditado:
“pagando bem, que mal tem”;
que a violência tem aumentado não só através dos ataques do MST, mas pela falta de efetivo combate ao narcotráfico;
que as decisões do STF não valem mais nada porque têm que passar pela vontade soberana de Lula da Silva;
que as decisões do STF não valem mais nada porque têm que passar pela vontade soberana de Lula da Silva;
que o TCU está incomodando o presidente da República e por isso tem que ser anulado.
Outra preocupação diz respeito à ausência de oposições.
O PSDB, por exemplo, prefere não mostrar que o atual sucesso do BC se deve a continuidade das políticas adotadas em 1999.
O PSDB omite que a vitória sobre a inflação que garantiu a estabilização dos preços, o resgate do valor dos salários, a possibilidade de pessoas e empresas planejarem seu futuro, portanto, o verdadeiro combate à pobreza, aconteceu no governo de FHC.
E tucanos, incluindo FHC, têm sido extremamente complacentes com Lula da Silva e seu governo petista.
Sem oposição, resta a propaganda enganosa.
Sem oposição, difícil enfrentar a campanha eleitoral dos que são ao mesmo tempo governo e candidatos, dotados de todos os tipos de recursos para seduzir ainda mais o eleitorado.
Por isso, profetizou Carlos Pio, em artigo publicado no O Estado de S. Paulo de 13/11/09, que
“Dilma será o novo presidente”.
“Dilma será o novo presidente”.
Se for, teremos Dilma Apagão:
não apenas apagão de energia, mas de democracia.
O PT prepara sua terceira fase com a dama de aço, com inflexão à esquerda e o velho e autoritário discurso de ampliação do Estado.
De braços dados com Chávez e seus seguidores caminharemos sem medo e felizes para o nebuloso Socialismo do Século 21.
No cenário de deterioração da democracia da América Latina não faremos feio.
Maria Lucia Victor Barbosa