"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 04, 2014

OUTRA GATO POR LEBRE OU ME ENGANA QUE EU GOSTO? Britânico ‘Financial Times’ questiona terceira via proposta por Marina Silva. Jornal alerta que candidata é ‘pouco conhecida’, mas não necessariamente diferente dos demais


O jornal inglês “Financial Times” publicou um texto, nesta quarta-feira, em que qualifica a candidata à Presidência da República Marina Silva (PSB) como uma desconhecida, porém, não necessariamente diferente, como ela vem se intitulando em sua campanha para uma “terceira via para a política brasileira”. A análise foi divulgada na coluna “Lex”, renomada na publicação, que costuma cobrir, com análises e opiniões, assuntos econômicos e financeiros do mundo.
A coluna diária do primeiro caderno do jornal inicia a análise da presidenciável chamando-a de “a ambientalista filha de um seringueiro da Amazônia” que está “intimidando tudo em seu caminho”, em referência às recentes pesquisas de intenção de voto que apontam sua chance de vencer nas eleições nacionais e bater a candidatura da atual mandatária, Dilma Rousseff (PT).

A publicação aponta ainda que a o Índice Bovespa aumentou 17%, que as ações da Petrobras cresceram um quarto, e que o preço de mercado do Banco do Brasil cresceu um terço desde que Marina passou a disputar as eleições. No entanto, o texto avalia as duas companhias como “medíocres”, apesar da promessa de Marina de praticar menos interferência estatal. 

A coluna também ressalva que uma possível gestão da candidata “verde” precisará resolver os históricos problemas estruturais do país.

Isso porque, depois de uma década de crescimento, recorda o texto, a economia brasileira está “engatinhando” com meros 0,5% neste ano, segundo previsões do Banco Central. “Inflação, corrupção e a má gestão das empresas estatais estão mais aparentes agora que o crescimento e as commodities, que antes impulsionaram a economia e agora estão desacelerando”, diz o jornal. 

A publicação ressalta que estas avaliações devem amortecer as expectativas de que o país tenha uma recuperação semelhante a que foi vista na Índia, outro país emergente, após a eleição de Narendra Modi neste ano.

Já a candidata do PT é descrita como ruim para o setor energético. O motivo seria o controle de preços ditado pelo governo federal, introduzido para limitar a inflação. O texto encerra com o alerta de que ainda não se conhece bem quem é Marina Silva, e que “todos os governos no Brasil, uma vez no poder, foram tentados a utilizar empresas estatais para controlar a inflação”.

O Globo

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