"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 30, 2014

AQUI A 1,99 NUNCA ENGANOU : O ‘RISCO ENGODO DO CACHACEIRO VIGARISTA ASSOMBRA‏

A possibilidade de o atual partido no poder ganhar mais quatro anos à frente do governo está disseminando pânico na economia. É uma das raras vezes em que o conhecido suscita mais desconfiança do que credibilidade. Quem cuida do dinheiro prefere não correr o "risco Dilma".

Ontem, o mercado financeiro brasileiro reagiu bastante negativamente às pesquisas eleitorais dos últimos dias. Preços das ações em queda expressiva - principalmente as das já castigadas estatais - e cotação do dólar em disparada.

A leitura que o mercado faz do cenário eleitoral é exagerada. Nem é provável que se dê o pior dos mundos, ou seja, que Dilma Rousseff liquide a fatura em primeiro turno, nem se pode dizer que a oposição não conseguirá derrotar o petismo no segundo turno. Neste momento, o certo é que não é possível saber quem disputará a rodada de 26 de outubro.

Queiramos ou não, as reações das finanças causam efeitos no bolso de todo mundo. O dólar, por exemplo, subiu 11% em um mês e ontem chegou ao maior patamar desde dezembro de 2008, auge da crise global. O movimento pode ter como consequência a aceleração da inflação e levar problemas às já esfrangalhadas contas externas, cujo rombo quase dobrou desde 2010.

Com o pânico, o mercado também já começou a ajustar as taxas de juros para cima. Os efeitos no dia a dia vêm na forma de encarecimento do custo de crédito, que enforca ainda mais os endividados e sufoca de vez a nossa já combalida economia.

A desconfiança geral deve-se ao fato de o Brasil ter hoje uma das piores combinações do mundo: inflação alta e crescimento baixo. Agora até o Banco Central já trabalha com projeções para o PIB deste ano perto de zero, enquanto o mundo como um todo deve crescer 2,5% e nossos vizinhos latino-americanos, 1,7%.

O “risco Dilma” avulta no horizonte na mesma medida em que o governo da atual presidente se recusa a admitir problemas, inventa bodes expiatórios para justificar seu fracasso e se furta a apontar que rumos poderia tomar caso os eleitores cometam a temeridade de manter o PT no comando do país por mais quatro anos.

Estamos diante de situação insólita: o temor que o conhecido desperta. Em 2002, o país viveu o inverso: o receio quanto à eleição de Lula. Mas, sabiamente, o PT optou por rezar pela cartilha herdada do PSDB e, enquanto assim procedeu, o Brasil foi bem. Anos depois, foi só o PT fazer o que acredita e defende para o caldo entornar.O que pagamos hoje é o preço da desconfiança. Não apenas de investidores.

 Mas dos brasileiros em geral, que trabalham, produzem e consomem. Sabemos todos que a economia vive de expectativas e, com Dilma Rousseff mais quatro anos no Planalto, elas são as piores possíveis. Este risco não vale a pena corrermos.

Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela
O ‘RISCO DILMA’ ASSOMBRA‏

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