"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

janeiro 16, 2014

BRASIL REAL ! NO brasil maravilha DOS DESAVERGONHADOS : Inflação: o bom, o ruim e o feio

Relatório de banco europeu conclui que a carestia no Brasil é uma dor de cabeça maior do que se imaginava

O retrato do Brasil no exterior não para de piorar. Relatório feito pela equipe de pesquisa em América Latina do BNP Paribas, um dos maiores bancos da Europa, classifica a inflação brasileira como ruim e preocupante, por se manter teimosamente acima da meta oficial. Há quatro anos, a alta de preços no país extrapola, e muito, o índice de 4,5%, estipulado pelo governo como ideal. E para 2014 a expectativa é de, novamente, uma carestia longe desse patamar.

Ao analisar o cenário econômico dos principais países do continente, o documento diz que a inflação no Brasil tem demonstrado ser uma “dor de cabeça” muito pior do que a maioria das pessoas imaginava. Previsões de consenso do mercado e do próprio Banco Central para este ano, lembra o relatório, indicam um aumento constante dos preços. “A carestia permanece teimosamente acima da meta e com uma composição preocupante”, alerta o texto.

Em tom pessimista, o banco europeu lembra que os preços administrados — como tarifas de energia, ônibus e combustíveis — estão sendo segurados artificialmente pelo governo, enquanto a inflação do mercado se firma em “dígitos altos”. Para a instituição, estratégias como essa podem até aliviar o cenário momentaneamente, mas, cedo ou tarde, as pressões voltam como “vingança”.

Parodiando o título de um famoso filme do diretor italiano Sergio Leone (The Good, the Bad and The Ugly), o BNP Paribas dividiu países latino-americanos em três blocos: os de inflação boa, ruim e “feia”. No primeiro grupo, figuram Chile, Colômbia, México e Peru, todos com índices de preços contidos. Do lado “feio”, amargam descontrole da carestia (na casa dos dois dígitos) e políticas ultraintervencionistas Argentina e Venezuela. No meio do caminho, e sozinho, está o Brasil, cujas expectativas de inflação têm aumentado, na contramão dos outros países do continente.

Ao comparar os índices, o documento deixa claro que o país, após um longo período em consonância com a maioria de seus vizinhos, tem se desviado do
bloco, nos últimos anos, permanecendo desde 2010 longe do centro da meta. “A inflação tem ficado mais perto da marca dos 6%, o que, por si só, já a faz ser considerada alta para os padrões internacionais”, comenta o banco. Em 2013, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 5,91%.

No ano passado, o Chile cravou a meta da inflação no país: 3%. 
A Colômbia conseguiu um índice de 1,9%, consideravelmente abaixo da meta de 3%. México e Peru — os outros dois países do grupo com inflação boa, segundo o BNP Paribas — superaram a meta, mas com uma discrepância bem inferior à observada no Brasil: 
as taxas ficaram em 4% e 2,9%, contra metas de 3% e 2%, respectivamente.

Filme queimado
Quadro inflacionário no Brasil é um dos piores da América Latina 

Situação boa            Situação ruim            Situação feia

Chile, Colômbia,               Brasil                 Argentina e 
México e Peru                                            Venezuela

Os números
Custo de vida brasileiro supera a meta oficial e apresenta composição preocupante 

Indicadores       Brasil        Chile        Colômbia        México        Peru
Meta                  4,5            3,0             3,0                3,0       2,0
Índice geral         5,9            3,0             1,9                4,0        2,9
Inflação dos     
alimentos             8,5            4,9            0,9                 4,0       2,2
Inflação dos 
combustíveis        6,2            6,6           -1,4               10,2       7,4  


Correio Braziliense

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