"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

janeiro 03, 2014

A EMBUSTEIRA 1,99 QUE DE GERENTONA NÃO TEM NADA SEGUE "MUDANDO" O brasil. Análise: Mundo está encolhendo para produtos fabricados no Brasil




A queda de 87% no saldo positivo do comércio brasileiro com o exterior não reflete apenas os problemas no câmbio e de competitividade do país, mas também é um sinal de como o mundo está cada vez menor para os produtos fabricados por aqui.

O superavit no ano passado de meros US$ 2,6 bilhões é um dos preços que se paga quando se tem a economia que menos celebra acordos de investimento entre os países do G20 (grupo das grandes potências globais).
O reflexo é que no ano passado o país perdeu espaço no comércio com grandes parceiros. Foi o caso dos EUA, por exemplo, onde nossa fatia caiu de 1,45% das importações americanas, em 2012, para 1,24%, em 2013.

O mesmo cenário se repetiu na Alemanha: 
0,58%, em 2012, para 0,39%, no ano passado. 
E mesmo na vizinha Argentina a participação ficou 0,1 ponto percentual menor em relação a 2012.

Mas não são apenas nos mercados que tradicionalmente compram os produtos industrializados brasileiros em que houve perda de espaço.
 O mesmo cenário se repetiu nos grandes compradores de matérias-primas.

Na China, principal mercado para nossas exportações, a participação do país nas compras da segunda maior economia global foi reduzida para 2,81%, 0,11 ponto percentual menos que em 2012.

No caso do Japão (segundo maior mercado para o minério de ferro brasileiro), a queda foi ainda mais forte: 
de 1,54% para 1,20% em 2013.

A perda percentual nesses mercados pode parecer pequena, mas representam muitas vezes centenas de milhões de dólares. E o mercado global deve ficar ainda menor nos próximos anos para o país, quando os EUA e a União Europeia devem fechar o seu tratado de livre-comércio.

Até por isso, o governo brasileiro agora tenta apressar um acordo comercial com os europeus, cujas negociações iniciaram em 1999 e estavam em banho-maria, mas que agora são vistas como tábua de salvação para evitar o isolamento comercial do país. 

ÁLVARO FAGUNDES
EDITOR-ADJUNTO DE "MERCADO"  

Folha

Nenhum comentário: