"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 05, 2013

A esperteza comeu a dona


O plebiscito e a constituinte estão mortos.
Menos para o PT e para Dilma Rousseff. 

 
A presidente da República e seu partido insistem nas propostas por excesso de esperteza:
querem exibir boa vontade com a voz das ruas e culpar o Congresso pelo insucesso. Só que, quando é muita, a esperteza come o dono – neste caso, a dona.

A presidente está gastando tempo precioso numa pantomima.
Todos, inclusive ela, já sabem que não há como fazer plebiscito a tempo de vigorar já na eleição de 2014, mas Dilma persevera na proposta.
É sua maneira de tentar desviar o foco das insatisfações da cidadania e transferir a pressão para o Congresso.

A impossibilidade de realizar a consulta popular no exíguo prazo até 5 de outubro foi discutida ontem de manhã pelo vice-presidente da República, ministros e líderes da base aliada.


O consenso foi tamanho que tanto Michel Temer quanto José Eduardo Cardozo manifestaram à imprensa a dificuldade de cumprir o cronograma. Depois, tiveram que recuar.  
Seguindo sua estratégia esperta, Dilma dobrou a aposta à tarde. Durante cerimônia na Bahia, ela insistiu em defender a manifestação imediata dos brasileiros em relação à reforma política.

No mesmo momento, o PT divulgava nota batendo na mesma tecla:
quer não apenas plebiscito, mas também constituinte – meramente para defender teses que só interessam ao partido, como o financiamento público de campanhas e o voto em lista fechada.

Tanto a presidente quanto os petistas estão carecas de saber que, por uma questão matemática, o plebiscito não sai a tempo de vigorar nas eleições gerais do ano que vem. Mas querem posar de defensores da manifestação popular, jogando para o Congresso a pecha de fechar-se ao clamor das ruas.


Julgam-se muito espertos.

Mas a verdade é que o Congresso não se nega a fazer as mudanças necessárias no sistema político. Numa resposta rápida aos protestos, prepara-se para dar fim ao voto secreto e demonstra disposição para implementar outras alterações, como a adoção do voto distrital.

O Congresso tampouco se nega a submeter o assunto a consulta popular. A população pode muito bem se manifestar se quer ou não manter o que os parlamentares aprovaram por meio de um referendo.

Ontem, na Bahia, a presidente afirmou que não é "daquelas que acreditam que o povo é incapaz de entender [o plebiscito] porque as perguntas são complicadas”. Vale-se, novamente de esperteza.


A questão não é se as perguntas são ou não complicadas, mas que as respostas, complexas e multifacetadas, não cabem no binário "sim” ou "não” que caracteriza as decisões plebiscitárias.

Não dá para fazer um plebiscito – cujo custo é estimado em R$ 2 bilhões – agora, de afogadilho, pretensamente para "responder” as ruas, mas sem condições de valer nas eleições de 2014, frustrando as expectativas populares.

É ainda menos lícito concentrar todas as energias do país, incluindo-se governo, instituições e Parlamento, em algo que, definitivamente, não é essencial na pauta dos brasileiros. Enquanto Dilma queima pestanas com plebiscito sobre voto em lista fechada e outras excentricidades, a inflação escala e chega a 6,7% nos últimos 12 meses, implodindo o teto da meta, como informou o
IBGE há pouco.

Não adianta a presidente insistir na sua tese ladina de desviar atenções enquanto o bate-cabeças que impera em seu governo mostra-se cada vez mais sonoro e os problemas reais da população se avolumam. Ninguém mais se entende e ninguém mais parece muito disposto a seguir as ordens da chefe.


Acontece que, agora, mais que nunca, ficou claro que a ações de Dilma Rousseff sempre se orientaram pela esperteza.
De tanta, acabou engolindo a dona.


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Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica
estão disponíveis na página do
Instituto Teotônio Vilela

Um comentário:

Anônimo disse...

UMA LUZ NO FIM DO TUNEL...Ouvindo clamor da população brasileira, que pede o fim da subversão, e a volta da ordem, da moral e da proteção à família brasileira, alguns generais da nação já estão com avançados planos para a deposição da representante-mor do bolchevismo petista, a presidenta Dilma, para que o país seja saneado novamente do caos e do perigo comunista ao qual foi mergulhado pelo apedeuta de Santo André. O comando da tropa que cercará Brasília caberá ao General Olympio Mourão Bisneto, cujo regimento deixará Minas Gerais nos próximos dias para essa gloriosa missão. O setor de inteligência do movimento, comandado pelo Cel. Ferrabrax, que funcionava secretamente no Tiro de Guerra de São Lourenço, garante que tudo corre à favor e que o sucesso do levante é inevitável.

Como era de se esperar, os militares não ficaram inertes ao chamamento da Pátria, que sofre em mãos marxistas, e em boa hora já planejam agir em conformidade com os desígnios celestes, unidos e coesos por este grande ideal. Ao comando desse novo movimento revolucionário, o General Geraldo Gofredo, segundos fontes que preferem ficar anônimas, tem intensificado os contatos militares e políticos, para que a oposição ajude nos momentos pós deposição da búlgara usurpadora, mantendo a ordem e a paz social na nação.

Setores empresariais já esperam ansiosos pela retomada econômica do novo governo, com novos acordos comercias, o fim do Mercosul e a retomada da ALCA, levando o país a pujança da economia vista nos anos 90. Quanto aos membros do antigo governo, a ex-presidenta Dilma deverá ficar presa em um presídio em Rondônia, os ministros que são do PT deverão ser mandados para Fernando de Noronha, e a grande dúvida que persiste é para onde deve ser mandado Lula, pois ele é fator de grande desestabilização. Cogita-se que seu destino deva ser a base brasileira na Antártida, sob o comando da Marinha.

Agora é questão de dias até que tudo seja normalizado e o Brasil possa ser respeitado novamente pela comunidade internacional. Enfim vemos a luz.