"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 25, 2013

Corrupção e transporte tiraram o sono do 'gigante'

Depois de uma semana em que os protestos tomaram as ruas do país, #ogiganteacordou ao lado de dois temas:
vandalismo e violência.

A segunda hashtag mais usada no Twitter entre a noite de sexta e a manhã de ontem apareceu também associada a "nação" e "pátria", a "corrupção" e, por último, vinculada a "tarifas" ou "transporte" - o estopim dos protestos.

O monitoramento foi feito pela Zauber, empresa com sede em Buenos Aires, especializada em projetos de internet, análise de redes sociais e big data (análise de grande volume de informações).

A empresa monitorou todas as menções à tag no Twitter por meio de sua ferramenta de análise de mídias sociais, chamada Tribatics.

- Quando vimos a nuvem de palavras gerada por nosso monitoramento, notamos que existiam distintas demandas de peso em jogo e quisemos medir cada uma com maior eficiência.

Além disso, a curiosidade nos moveu para entender melhor cada uma delas, porque não estávamos satisfeitos em saber que havia um mosaico de insatisfações:  
queríamos encontrar evidências para entender, explicar, caracterizar melhor as demandas - explica Giovana Bonamim, analista de pesquisa da Zauber.

E, dependendo da cidade, #ogiganteacordou diferente:
no Rio, as menções estiveram relacionadas a críticas a depredações e saques e à violência de baderneiros ou agentes policiais. 
 
Em São Paulo, a tag apareceu vinculada a transporte público, enquanto em Belo Horizonte, sempre ao lado de referências à participação de partidos nos atos.

- Isso demonstra que as manifestações e o cyberativismo no Twitter encontraram expansão geográfica e temática - complementa Giovana.

A tag #ogiganteacordou apareceu em 69.581 tweets produzidos por 48.433 autores- mais de um terço dos tweets sobre os protestos feitos no Brasil.

A mais usada foi #vemprarua, repetida 95.997 vezes.

Giovana explica que, a partir das menções no Twitter, foram organizados seis conjuntos de ideias/palavras associadas ao uso da tag #ogiganteacordou:
corrupção,
tarifa/transporte,
partidos políticos,
vandalismo/violência,
Exército/Polícia Militar e nação/pátria.

Classificadas de acordo com o seu conteúdo, as menções permitiram conhecer as circunstâncias em que a hashtag foi usada, vinculadas a determinadas ideias, palavras e contextos.

Outro levantamento feito pela Zauber, há uma semana, revelou o perfil dos tuiteiros durante monitoramento de menções aos protestos entre as 14h do dia 17 até as 9h do dia 18:
as mulheres tuitaram mais do que os homens (51,32%);
a maioria dos tweets foi publicada por quem estava em São Paulo;
e 46,47% das menções foram disparadas por dispositivos móveis.
Nívia Carvalho O Globo

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