"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 18, 2012

FARSANTES DO brasil maravilha, "QUEDÊ" "AÇÃO E COMPETÊNCIA"? : Com crise e protecionismo, país terá pior superávit em 10 anos


O comércio exteror brasileiro terá retrocesso de dez anos em 2012, com superávit abaixo de US$ 20 bilhões, conforme projeções de várias consultorias. A última vez em que a diferença entre exportações e importações ficou abaixo dessa cifra foi em 2002 o saldo foi de US$ 13,2 bilhões.

Para o ano que vem, os resultados comerciais esperados são ainda piores, de no mínimo US$ 12 bilhões, o correspondente a menos da metade do registrado em 2011, de US$ 29,7 bilhões.

Além da forte retração da demanda mundial, puxada pela crise europeia e pela economia americana em marcha lenta, do câmbio, da baixa competitividade de produtos industrializados nacionais em relação aos asiáticos e do aumento de medidas protecionistas pelos mercados compradores, é elevado o nível de incertezas em relação ao ano que vem.

Há dúvidas sobre os desdobramentos da crise na zona do euro, o novo governo Barack Obama, o apetite da China por commodities agropecuárias, metálicas e minerais e os rumos da fragilizada economia argentina.

A não ser que em dezembro sejam contabilizadas exportações de última hora de plataformas de petróleo, por exemplo, o resultado será abaixo de US$ 20 bilhões. Para 2013, há pessoas dentro e fora do governo que admitem déficit comercial disse o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Afetadas pela crise na União Europeia (UE) e pela retração da economia mundial, as exportações brasileiras só cresceram nos dez primeiros meses do ano para os Estados Unidos (9,6%), entre os principais mercados compradores. As vendas estão em queda, mesmo com as intervenções no mercado de câmbio pelo Banco Central, as desonerações fiscais e as medidas protecionistas adotadas pelas autoridades.

Em outubro, a balança fechou com superávit de US$ 1,662 bilhão, valor 29,5% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. As consultorias estão revendo para baixo as projeções e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) abandonou, em setembro, a ideia de metas de exportação.

O último valor projetado era de US$ 264 bilhões.
De janeiro a outubro de 2012, as vendas externas foram de US$ 202 bilhões.

Avessa a projeções, a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, disse que, apesar da queda de 4,6% das exportações brasileiras, houve melhora nas vendas de produtos manufaturados. A possível reação da economia americana também é uma boa notícia.

No entanto, ela admitiu que os desdobramentos da crise na UE constituem uma das grandes preocupações do governo, já que o bloco é responsável por 20,5% das compras de produtos brasileiros:

Apesar dos problemas, há bons motivos para esperarmos melhora.

O Globo

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