"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 21, 2012

E NO brasil maravilha dos FARSANTES E CRÉDULOS : Nos supermercados, preços variam até 38%

Conveniência e falta de tempo são algumas das razões que nos levam às compras nos supermercados sem fazer a devida pesquisa de preços. Dois reais a mais num produto, R$ 3 em outro e, ao fim das contas, o carioca, por exemplo, pode estar jogando pela janela quase R$ 1.300 por ano. 

Para os paulistanos, o desperdício chega à casa dos R$ 1.700. Esta foi a diferença encontrada entre uma cesta de produto, com 104 itens, de marcas líderes de mercado, pelo Guia de preços de supermercados, feita pelo oitavo ano consecutivo, pela Proteste Associação de Consumidores.

Esse valor significa uma diferença de 38% entre a cesta mais barata e a mais cara. Em São Paulo, esse percentual chegou a 54%. E muitas vezes o consumidor sequer precisaria rodar muito para encontrar diferenças significativas; há casos em que trocar de calçada pode significar uma economia de 11%, no Rio, e de até 18% em Belo Horizonte diz Michelle Marques, técnica da Proteste responsável pela pesquisa.

Gasta-se mais para não perder tempo

O levantamento da associação foi feito em 1.196 pontos de venda, entre hipermercados, supermercados, hard discount, lojas de conveniência e mercados virtuais, distribuídos em 20 cidades de 14 estados brasileiros : 
Bahia, 
Ceará, 
Maranhão, 
Paraíba, 
Pernambuco, 
Rio Grande do Norte, 
Goiás, 
Espírito Santos, 
Minas Gerais, 
Rio de Janeiro, 
São Paulo, 
Paraná, 
Rio Grande do Sul 
e Santa Catarina, 
que respondem por 90% do faturamento de supermercados de todo o país, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

São pesquisados preços de duas cestas de produtos. A cesta 1 tem 104 itens de marcas, já a 2 tem 90 produtos, sendo que os valores apurados são os mais baratos disponíveis no local de venda. No primeiro grupo de produtos, o Rio registrou alta de preços de 8%, em relação ao levantamento feito em 2011. 

Já na de produtos sem marcas, o Rio teve a maior deflação entre todos os estados, 4%. Para Karine Karam, professora de Pesquisa de Preços, da ESPM-Rio, a queda está relacionada à concorrência:

Os produtos de segunda marca formam um mercado bastante competitivo. Como a marca não é líder, é quase uma obrigação baixar preços para conseguir do consumidor, pelo menos, a experimentação.

Carla Barros, professora de Antropologia do Consumo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), lembra ainda que, para uma parte da classe C que está experimentando pela primeira vez alguns produtos, a marca ainda não é tão relevante, mas ressalva:
Para a maioria das pessoas, no entanto, a marca é muito importante, tanto como status, para mostrar para os vizinhos, como também pelo fato de haver uma percepção, nem sempre correta, de que o mais caro é de melhor qualidade e para quem tem um orçamento apertado é melhor comprar uma vez, sem correr riscos de dar errado.

Na avaliação de Karine, uma mudança coletiva dos cidadãos, ou seja, a adoção de pesquisas de preços, poderia levar o setor a baixar valores :
No entanto, isso é muito difícil. As classes C e D são mais suscetíveis em relação a preço, fazem compras na quarta-feira, por exemplo, porque é dia da promoção da carne, têm um consumo mais consciente. Seria errado dizer que as classes A e B não são sensíveis a preço, mas há uma força maior dos aspectos costume e conveniência. 

Eu sei que lá é mais barato, mas estou aqui do lado da minha casa. A conta leva o tempo muito mais em consideração diz a professora, lembrando ainda um antigo ditado. Antigamente, dizia-se que as pessoas gastavam tempo para não gastar dinheiro; hoje é justamente ao contrário, e todas as pesquisas apontam para o fato de a conveniência ser um aspecto cada dia mais valorizado.

Compra com hora marcada

E a conveniência pode custar muito caro, principalmente, quando se fala em compras de mercados pela internet, ressalta Michelle:

No Rio de Janeiro, registramos caso de 22% de diferença numa mesma rede, da compra no local para a compra virtual. E, de modo geral, fazer compras de supermercado pela internet ainda não é vantajoso.

Para quem não está disposto a pesquisar, mas quer economizar, a técnica da Proteste dá algumas orientações:
Sempre vá às compras com lista, estabeleça um tempo para ficar no mercado, pois com mais tempo livre mais se compra.

O Globo

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