"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 11, 2012

MOSTRANDO O ELEFANTE ! ‘O PT nunca soube e jamais saberá lidar com situações desfavoráveis’

Se tem uma coisa que o PT não sabe, nem nunca soube, é lidar com situações desfavoráveis, que ameacem descerrar o véu pra lá de transparente que a sigla imagina suficientemente capaz de encobrir as mazelas do partido.

Quando se vê acuado, despe-se da rota fantasia de luminar democrático para por em prática o que faz de melhor: desrespeitar adversários e autoridades.
A central de boatos e falsidades entra em cena e é declarada a mais suja das guerras àqueles que lutam para derrotá-lo no voto e no campo das ideias e propostas.

O PT despreza as urnas que não lhes são favoráveis.

Previsíveis, reagem de forma orquestrada disseminando a mesma violência irresponsável que sempre o caracterizou quando na oposição e consolidou-se depois da chegada ao poder.

Tem sempre um macaco disponível para equipar com a mais letal das armas ─ a da difamação ─, disparando a esmo projéteis fabricados para destruir biografias.


Transtornado com o desempenho pífio de seus candidatos a prefeito nas principais cidades do país e com a perspectiva bastante plausível de sofrer um dos maiores reveses eleitorais desde que 2003, o partido recorreu, liderado por Lula, à velha e nefasta prática de responsabilizar adversários pela própria incompetência crônica.

Em São Paulo, as pesquisas obrigaram Lula a engolir o orgulho e rastejar em busca do apoio até de figuras que num passado não muito distante prometia colocar na cadeia. Apoiado por parte significativa da imprensa paulistana, que se presta à condição de caixa de ressonância de seus impropérios, desencadeou a operação destinada a destruir o candidato José Serra.

“Vote no novo”, foi o mote.

Só não contava com a reação dos paulistanos cientes de que Fernando Haddad não é nenhuma novidade.

Ainda assombrado pela repercussão negativa da foto ao lado de Maluf, o ex-presidente achou mais prudente ir morder canelas em Minas Gerais. Em seguida, inconformado com a condenação por corrupção imposta pelo STF ao deputado federal João Paulo Cunha, até então candidato a prefeito de Osasco, o presidente nacional da legenda se pôs a difamar o Judiciário, taxando-o de “instrumento de poder” a serviço de uma oposição “conservadora, suja e reacionária”.

E percorreu as veredas da bravataria, alertando para o perigo de se ameaçar o PT.
O epílogo desse torvelinho de disparates tinha que ser espetacular.
E foi.

Em rede nacional de rádio e TV, a principal autoridade da República sentiu-se à vontade no papel de refrigério das agruras que flagelam o partido presidido por Rui Falcão, mas comandado com mão de ferro pelo ex-presidente Lula.


Às vésperas das eleições municipais, anunciou uma redução nas tarifas de energia elétrica que entrarão em vigor somente em 2013.

Talvez involuntariamente, acabou confessando que ela, o padrinho e seu partido descobriram só depois de dez anos no poder que o modelo de privatização de ferrovias praticado pelos governo FHC era questionável. Pode ser que o sucesso indiscutível da transposição do Rio São Francisco e o coruscante canteiro de obras dos PACs tocado a todo vapor por empresas idôneas como a Construtora Delta a autorize a atacar seus antecessores.

Menos Lula, é óbvio.

Definitivamente, o PT nunca se preparou para perder.
Em consequência disso, vai demorar muito ainda para aprender o real significado da palavra ganhar.

Até lá, continuará saboreando com avidez o gosto amargo da vitória.

Mauro Pereira

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