"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 03, 2012

BRASIL REAL CAMUFLADO PELO FALSO brasil maravilha "PUTÊNCIA" FRENÉTICO E EXTRAORDINÁRIO II : Pibizinho sem graça

O país continua crescendo pouco.
Pior que isso, não exibe perspectiva confiável de que irá recuperar o ímpeto mais à frente.


São anos de desacertos que cobram agora seu preço:
vão desde opções equivocadas de política econômica à irresponsabilidade exibida pela gestão petista para eleger Dilma Rousseff.


Na sexta-feira, o ( IBGE ) divulgou o resultado do segundo trimestre.
O país avançou 0,4% na comparação com os três primeiros meses do ano, quando o crescimento - agora revisto - fora de apenas 0,1%. Há dois anos, o Brasil patina sem sair do lugar. As curvas, todas elas, apontam para baixo


A taxa de crescimento acumulada nos últimos 12 meses foi de 1,2%.
Para todos os efeitos, é esta, portanto, a velocidade na qual a economia brasileira roda hoje.
É interessante observar como este indicador se comportou nos últimos tempos.
As conclusões são reveladoras.

Seu ápice coincide - surpresa! - justamente com o período da eleição de Dilma.

No terceiro trimestre de 2010, o país acumulava 7,6% de crescimento em 12 meses.
Desde então, sistematicamente o indicador desceu ladeira abaixo até chegar ao 1,2% atual - vale registrar que há apenas um ano estava em 4,9%.

O que isso significa?
Significa, muito claramente, o quanto a gestão petista acelerou artificialmente o país para criar um clima de euforia e eleger a presidente.
Resta claro que a exaustão cobrou seu preço e o motor fundiu:
o paradeiro atual é, evidentemente, fruto da irresponsabilidade eleitoreira do PT.

Nos 18 primeiros meses da gestão Dilma, o país cresceu apenas 2%, mostrou ( O Globo. )
A presidente coleciona uma série nada invejável de recordes.
O PIB teve o pior semestre desde 2009, com alta de apenas 0,6%. São quatro trimestres crescendo abaixo de 1%, patamar considerado mínimo para o país decolar.

Trata-se do "mais longo ciclo de baixo crescimento desde o Plano Real", na síntese da ( Folha de S.Paulo.)

Se o passado não brilha, o futuro apresenta-se igualmente opaco. O investimento na expansão da capacidade produtiva do país é cadente.
Há quatro trimestres o indicador cai:

desta vez, o recuo foi de 0,7% frente ao primeiro trimestre e de 3,7% sobre igual período de 2011.

Em proporção do PIB, a taxa de investimento desceu a 17,9%, quando se sabe que o Brasil precisa investir, no mínimo, 25% - não custa lembrar que na China a parcela é de 45% e na Índia, 34%. Parte importante deste mau resultado deve-se ao frustrante desempenho das empresas estatais, que não conseguem executar o que o Orçamento da União prevê.

Um dos componentes mais fracos da economia hoje é a indústria, que caiu 2,5% no trimestre em relação aos três primeiros meses do ano.

O setor, que já respondeu por cerca de um terço da nossa economia, agora se encolheu à dimensão que tinha antes da era JK:
a participação da indústria da transformação no PIB retrocedeu a 12,8%, menor índice já registrado pelo IBGE, segundo o Valor Econômico setor externo é outra decepção.

Como a demanda ainda está aquecida, à base de estímulos oficiais ao consumo, e a indústria fraqueja, o mercado é atendido por importações, que cresceram 1,9% no trimestre. Ao mesmo tempo, as exportações brasileiras não conseguem abrir espaço no mercado internacional, enquanto produtos em que o país se saía bem - como minério de ferro, açúcar e café - vêem seus preços cair.

Só isso retirou 0,7 ponto percentual do PIB no trimestre.


Por um longo tempo, Lula, Dilma, Guido Mantega e os porta-vozes oficiais disseram que o país era uma ilha isolada do tsunami econômico que assola o mundo.
Nunca foi.
Agora, dizem que a culpa pelos maus resultados do PIB é do exterior.
Em parte.
As condições internas de produção no país estão piorando a olhos vistos.


Se fossem apenas as condições externas que estivessem ruins, o Brasil não estaria crescendo tão abaixo de todos os países de porte e perfil similares aos seus.
Entre os emergentes, decepcionamos; entre os Bric, somos os piores.


Entre 35 países que já divulgaram o resultado de seu PIB no segundo trimestre, perdemos para todos os latino-americanos e ocupamos, na lista geral, apenas a 23ª posição, mostrou a
( Austin Rating.)


No ano passado, o Brasil cresceu decepcionantes 2,7%.
Foi considerado um "pibinho". Neste ano, mantido o ritmo atual, não ultrapassará 1,6%, conforme
( levantamento ) do Banco Central divulgado nesta manhã.


Há muita gente competente achando que a economia brasileira não superará 1,3% em 2012.
Que nome dar a isso?
Pibizinho?


Alguns meses atrás, um banco estrangeiro, o Credit Suisse, previu que o Brasil só cresceria 1,5% neste ano. Mantega, o ministro das lentes cor-de-rosa, estrilou.
Ficou bravo e disse que aquilo era "piada".
Deve estar agora rezando para que a pilhéria dos franceses se concretize, para que a palhaçada que comanda não fique ainda mais sem graça.

Há muito tempo, o governo do PT vem insistindo numa receita carcomida:
o incentivo despudorado ao consumo.
O motor do desenvolvimento sustentado, porém, foi negligenciado: os investimentos continuam em marcha lenta.

O rol de ações para sair do atoleiro é conhecido, com ações que melhorem a infraestrutura produtiva, desonerem a produção e alavanquem o investimento privado.


Só recentemente, depois de muita derrapagem, a gestão Dilma deu-se conta de que estava trilhando a estrada errada. Algumas correções foram feitas, principalmente por meio da opção pela privatização da infraestrutura viária.

Ainda vai demorar muito, contudo, para que o país retome um caminho seguro rumo a um futuro mais próspero.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Pibizinho sem graça

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