"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 08, 2012

O Planalto no mensalão

Numa estratégia claramente articulada, o Palácio do Planalto resolveu ontem dar palpites no julgamento do mensalão. Escalou seu ministro mais político para dizer que o que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir não abalará a força do partido que perpetrou o mais vasto esquema de corrupção da história brasileira para perenizar-se no poder.

Engana-se o PT:
a punição será exemplar, na Justiça e nas urnas.

Corrupção não é algo que a sociedade brasileira preze, muito pelo contrário. Os petistas, porém, acham que podem transformar em crime menor o mais volumoso desvio de dinheiro público para bolsos privados que se tem notícia.

Lançando mão de jogos retóricos e contorcionismos jurídicos, parecem desdenhar de que, para o cidadão comum, isso tem nome:
roubalheira.

Gilberto Carvalho foi a campo um dia depois de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva trocarem figurinhas sobre o julgamento do mensalão. É praticamente certo que o ministro tenha decidido falar o que falou ontem numa ação combinada com seus chefes - a atual e o antigo.

Ou seja, expressa o desdém de ambos pela Justiça.

"Continuaremos à frente com nosso projeto, e se decepcionarão muito aqueles que apostam em tirar um proveito e que parcializam os julgamentos e as opiniões, pensando que isso poderá causar um grande prejuízo inclusive eleitoral", disse o secretário-geral da Presidência a jornalistas.

Dilma e Lula já tinham, de certa maneira, subido à tribuna do Supremo.
Na segunda-feira, o advogado de defesa de José Dirceu evocara os testemunhos de ambos para tentar absolver o chefe da "sofisticada organização criminosa" que intencionava desviar R$ 1 bilhão dos cofres públicos para financiar a sua manutenção no poder.


Evidentemente, o defensor não agiu sem contar com aval das testemunhas citadas.

Até agora, oficialmente, a ordem palaciana vinha sendo manter distância do julgamento - Lula chegara a afirmar que tinha "mais o que fazer" do que acompanhar sessões do STF...

Mas ontem se pôde comprovar que os capas pretas do PT estão se movendo freneticamente para inocentar os 38 réus do mensalão e garantir que seu projeto de poder não sofra revés.


No entanto, a imagem do PT já está indelevelmente impressa à história das falcatruas no Brasil. Segundo pesquisa feita pelo Instituto Análise, o partido de Lula, Dilma e José Dirceu é, entre todas as legendas políticas, a mais identificada com a corrupção:
9% dos entrevistados consideram-no "o mais corrupto" e 55% avaliam que "é verdade que o PT e seus políticos são corruptos".

Se a percepção da identificação entre PT e corrupção na opinião pública já é esta, na dureza dos fatos a proximidade entre partido e ilícitos tende a ser ainda maior. Até agora, no julgamento, a defesa dos réus não conseguiu desmentir as provas apresentadas pelo procurador-geral da República na peça de acusação.

"Se voltarmos à época em que foram revelados os fatos que hoje sustentam o processo do mensalão, (...) veremos que praticamente todos os que hoje estão sendo discutidos no julgamento foram relatados já naquela ocasião, tendo sido confirmados pelas investigações", comenta Merval Pereira (n'
O Globo), com o cuidado de citar um rol de malfeitos que os defensores dos mensaleiros não conseguiram contradizer.

Seja nos autos, seja em declarações que vêm dando à imprensa, os 11 ministros do Supremo têm demonstrado que julgarão o mensalão com a independência, a correção e a imparcialidade que se exige da mais alta corte do país - noves fora José Antonio Dias Toffoli, que, na apreciação deste caso, nem lá deveria estar.

A influência que o Palácio do Planalto ensaia tentar exercer sobre o STF não deverá encontrar qualquer respaldo entre os julgadores. Pelo contrário.

A sociedade brasileira tem convicção de que, a partir da condenação dos réus que erigiram o gigantesco esquema de corrupção do mensalão, é necessário dar fim ao projeto que só se preocupa em eternizar-se no poder - como Gilberto Carvalho deixou claro ontem.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela
O Planalto no mensalão

Um comentário:

★MaRiBeL★ disse...

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______________★MaRiBeL★