"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 08, 2012

brasil maravilha "EXTRAORDINARIAMENTE/GERENCIADO" II : Alimentos pesam e inflação oficial acelera para 0,43% em julho

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a alta para 0,43% em julho, de um avanço de 0,08% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa, que ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas, é a maior desde abril deste ano, quando o aumento foi de 0,64%.


A safra agrícola, comprometida neste ano por problemas climáticos, além da queda de produção nos Estados Unidos, foi o principal fator que puxou a inflação no mês passado. "Vários itens alimentícios mostraram alta, liderada pelo tomate. Houve também alta de outros alimentos, como o pão francês (1,78%) e óleo de soja (1,02%).

São produtos vinculados a commodities, em função da quebra da safra americana", afirmou a coordenadora da pesquisa do IBGE, Eulina Nunes. A economista afirma que o resultado de julho não captou ainda uma aceleração da economia, mas está relacionado a motivos pontuais, como a alta de alimentos.

Sozinho, o tomate respondeu por 25% da alta do IPCA de julho, com impacto de 0,10 ponto porcentual na taxa de 0,43%. O preço do produto subiu No Rio de Janeiro, o preço do quilo do tomate ficou 94% mais alto, passando de R$ 2,50 em junho para R$ 4,85 em julho. "Não é possível dizer que houve uma alta generalizada dos alimentos.

Foram alguns produtos específicos. Produtos como a carne (-1,13%) apresentaram queda", disse Eulina. A carne foi principal influência de baixa no IPCA.

Com o resultado do mês passado, o IPCA acumula altas de 2,76% no ano. Em 12 meses, o índice acumula alta de 5,20%, invertendo o movimento decrescente que vinha sendo observado desde setembro de 2011, ao passar de 7,31% naquela mês para 6,97% em outubro.

Em junho, a inflação em 12 meses foi de 4,92%.

O resultado do IPCA também foi influenciado pela queda menos intensa dos preços dos automóveis. "O efeito da redução de automóveis foi apropriado em junho. Em julho, os automóveis continuaram em queda, mas não de forma tão intensa", afirmou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.

Outra influência na inflação foi do grupo de Despesas Pessoais, com destaque para excursão (de 4,74% para 3,46%), por conta do período de férias, e para empregado doméstico (de 0,61% para 1,37%), por causa da valorização dos salários.

Para a pesquisa do próximo mês, é esperado influência dos seguintes preços administrados na composição da taxa: alta de água e esgoto (9,40%) no Rio de Janeiro e de tarifa de ônibus urbanos em Belém (10%). Segundo Eulina, a greve dos funcionários públicos não afetou a coleta de informações do IPCA. Na pesquisa do Índice Nacional da Construção (Sinapi), não foram coletados em julho os dados da Paraíba.

O grupo Alimentação e bebidas, que passou de 0,68% em junho para 0,91% em julho, foi destaque principalmente na região metropolitana de Salvador, onde a alta foi de 1,45%, e no Rio de Janeiro, de 1,08%. Os alimentos foram responsáveis por 49% do índice do mês passado, por causa da importância que têm no orçamento das famílias.

A variação do grupo Transportes passou de -1,18% em junho para -0,03% em julho. A de veículos próprios passou de -2,48% para 0,00% na mesma base de comparação. E, a inflação do automóvel novo foi de 0,01% no mês passado, ante deflação de 5,48% no mês anterior. No caso do automóvel usado, a taxa foi de -0,91% em julho, ante -4,12% em junho.

Baixa renda

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede o custo de vida para a baixa renda, subiu 0,43% em julho, acima do resultado de junho, de 0,26%. No acumulado do ano até julho, o índice apresentou avanço de 3,00%, ante 3,70% até junho. Em 12 meses, a alta foi de 5,36%, acima da de junho (4,90%).

Os preços dos produtos alimentícios subiram 0,89% em julho, enquanto os dos não alimentícios avançaram 0,29%. Entre os índices regionais, o destaque foi Goiânia (0,70%), com a maior alta. O menor índice foi o de Belém (0,21%).

Fernanda Nunes, da Agência Estado

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