"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 06, 2012

brasil maravilha "GERENCIADO/EXTRAORDINARIAMENTE" : Preço da cesta básica sobe em todas as regiões pesquisadas pelo Dieese


A cesta básica ficou mais cara em julho em todas as 17 capitais do País onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza a coleta. Tanto na comparação com junho como no confronto com julho de 2011, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica divulgada nessa segunda-feira, 13, mostrou avanço de preço.

Segundo o levantamento, o valor dos itens alimentícios básicos teve a maior alta em Belo Horizonte (8,41%), Rio de Janeiro (7,50%) e Porto Alegre (7,03%). Já em João Pessoa e em Manaus, o preço da lista de alimentos essenciais para a sobrevivência dos brasileiros subiu um pouco menos e teve aumentos de 1,61% e 1,95%, respectivamente, no sétimo mês do ano.

Porto Alegre e São Paulo foram os lugares onde a cesta básica atingiu o maior valor em julho.
Na cidade gaúcha, o preço ficou, em média, em R$ 299,96, ou seja, R$ 0,57 centavos acima do registrado na capital paulista, de R$ 299,39.

Em Vitória (R$ 290,80) e no Rio de Janeiro (R$ 290,64), os consumidores também pagaram em torno de R$ 290,00 pelo conjunto de itens alimentícios necessários para o sustento.

Já em Aracaju (R$ 208,14), Salvador (R$ 218,78) e João Pessoa (R$ 233,25), o gasto médio dos brasileiros com a cesta básica foi menor em relação às demais capitais pesquisadas pelo Dieese.

Na comparação acumulada entre os meses de janeiro a julho, todas as capitais também mostraram elevação nos preços. Os aumentos mais expressivos, de acordo com a instituição, foram registrados em Natal, onde houve alta de 15,45%, e em João Pessoa e em Aracaju, que apresentaram variações idênticas, de 14,22%.

Em Fortaleza, o preço total de produtos que compõem a cesta avançou 11,89%, alta maior do que a vista em Brasília, de 11,17%. As menores elevações foram registradas em Florianópolis, com 1,50%, Salvador, com 4,77%, e em Goiânia, com 4,85%.

Tomate, pão francês, óleo de soja e arroz são os vilões

O tomate, o pão francês, o óleo de soja e o arroz foram os produtos que mais subiram. O levantamento mostra que o tomate registrou alta em todas as 17 capitais onde a instituição realiza a coleta. O motivo da valorização é o excesso de chuvas e as baixas temperaturas em algumas regiões do País, o que está reduzindo a oferta do produto.

Em Belo Horizonte, o preço subiu 121,34% no sétimo mês do ano frente ao anterior.
No Rio de Janeiro (98,89%) e em Vitória (86,85%), o preço do tomate não chegou a atingir alta de 100%, mas ficou em nível bastante elevado.
No confronto com julho de 2011, o cenário ficou praticamente o mesmo, com altas significativas. Em 14 capitais, houve aumento do tomate.

As maiores variações foram registradas no Rio de Janeiro (124,69%),
Belo Horizonte (102,68%) e Porto Alegre (98,23%).
Já em Florianópolis, os preços tiveram queda de 20,71% no sétimo mês deste ano ante julho de 2011.

Em Salvador e no Recife, o tomate também ficou mais barato no período em análise, com baixas de 10,94% e 4,26%, respectivamente.

Outro produto bastante consumido pelos brasileiros e que encareceu a cesta básica em 13 capitais do País em julho foi o pão francês.
A maior valorização, de 3,03%, foi registrada em Fortaleza.
Em seguida, aparece João Pessoa (1,93%).

Em São Paulo (1,24%) e em Goiânia (1,21%), a alta do pão francês ficou na casa de 1,00% em julho ante junho.

Das 17 cidades pesquisadas, o Dieese apurou que o óleo de soja avançou em 13 delas no sétimo mês do ano em relação a junho, com destaque para Brasília (7,43%),
Aracaju (3,19%)
e São Paulo (1,89%).

O valor do óleo de soja vendido em Natal (-1,91%),
Recife (-1,85%)
e Belém (-0,84%) recuou em julho na comparação com o mês anterior.

Mínimo necessário

O salário mínimo do trabalhador no País deveria ter sido de R$ 2.519,97 em julho, a fim de suprir as necessidades básicas dos brasileiros e de sua família, constata o Dieese.

Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 299,96, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação,
moradia,
saúde,
transportes,
educação,
vestuário,
higiene,
lazer e previdência,
o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido 4,05 vezes maior do que o piso vigente no Brasil, de R$ 622,00.

O Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica nas cidades de Aracaju, Belém,
Belo Horizonte,
Brasília,
Curitiba,
Florianópolis,
Fortaleza,
Goiânia,
João Pessoa,
Manaus,
Natal,
Porto Alegre,
Recife,
Rio de Janeiro,
Salvador,
São Paulo e Vitória.

Maria Regina Silva/Agência Estado

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