"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 20, 2012

Prévia da inflação supera estimativas e sobe 0,33% em julho


A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,33% em julho, após subir 0,18% em junho.

O resultado, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), superou o teto das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que esperavam inflação entre 0,12% e 0,25%, com mediana de 0,18%.


Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula altas de 2,91% no ano e de 5,24% nos últimos 12 meses até julho.

Os grupos Alimentação e Bebidas e Despesas Pessoais foram os que apresentaram as maiores taxas de variação de preços no IPCA-15 de julho. Os destaques foram os aumentos nos itens empregado doméstico e tomate, que resultaram nos principais impactos individuais no IPCA-15 de julho, com contribuição de 0,05 ponto porcentual, cada, para a inflação de 0,33% no mês.

Os alimentos passaram de uma alta de 0,66% em junho para +0,88% em julho, o equivalente a um impacto de 0,20 ponto porcentual no IPCA-15 deste mês, ou seja, 61% do índice.

Problemas climáticos prejudicaram a lavoura de diversos produtos, principalmente o tomate, que saiu de uma alta de 19,48% para 29,30%, no mesmo período. Outros itens que pesaram mais no bolso do consumidor foram a cenoura (de -1,11% para +13,63%),
a batata inglesa (de 6,70% para 11,78%)
e o pão francês (de 0,14% para 1,67%, em função de aumentos nos custos dos insumos, como o trigo).


No grupo Despesas Pessoais, a taxa saiu de 0,34% no mês passado para 0,92% em julho, com destaque para empregado doméstico, que subiu 1,37% neste mês, de +0,60% em junho.


Não alimentícios

Embora os produtos alimentícios tenham se destacado nas pressões à inflação medida pelo IPCA-15 de julho, os preços dos produtos não alimentícios aceleraram forte no período.

Segundo o IBGE, a variação desses produtos quadruplicou, saindo de uma alta de 0,04% em junho para um avanço de 0,16% em julho. Já os produtos alimentícios saíram de uma variação de 0,66% para 0,88%, no mesmo período.

O destaque entre os não alimentícios foi o aumento de 1,37% no item empregado doméstico, que levou a uma contribuição de 0,05 ponto porcentual na taxa de 0,33% no IPCA-15 do mês.

Transportes

Os preços dos automóveis novos caíram menos em julho do que em junho, o que diminuiu a deflação no grupo Transportes dentro do IPCA-15 deste mês. A taxa de variação do grupo Transportes saiu de uma deflação de 0,77% em junho para um recuo de 0,59% em julho.

Sob a influência da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciada no fim de maio, os automóveis novos ficaram 2,47% mais baratos na leitura de julho. Em junho, a queda tinha sido mais intensa, de -3,50%.

Já os automóveis usados saíram de um recuo de 2,62% no mês passado para uma queda de 2,45% neste mês.


Grupos


Cinco entre os nove grupos que compõem o IPCA-15 registraram aceleração no ritmo de aumento de preços em julho.

Pesaram mais no bolso das famílias os gastos com Alimentação e Bebidas (de 0,66% e junho para 0,88% em julho),
Artigos de Residência (de -0,28% para 0,19%),
Despesas Pessoais (de 0,34% para 0,92%),
Educação (de 0,05% para 0,10%) e Comunicação (de -0,14% para 0,14%).


Três deles mostraram menor ritmo de crescimento:
Habitação (de 0,53% em junho para 0,41% em julho),
Vestuário (de 0,66% para 0,39%)
e Saúde e cuidados pessoais (de 0,43% para 0,37%).


O grupo Transportes ainda registrou deflação, embora os preços tenham recuado menos (de -0,77% para -0,59%).


Daniela Amorim, da Agência Estado

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