"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 20, 2012

"Marca Brasil" vale R$ 2,8 trilhões


Sediar a Olimpíada de 2016 faz a "marca Brasil" valer R$ 2,8 trilhões. Mas o cartão-postal que é o Rio de Janeiro ainda vale menos do que Londres, onde os jogos serão realizados este ano.

O Reino Unido está valendo R$ 4,4 trilhões.
Os cálculos foram feitos pela consultoria britânica de avaliação e gestão de marcas Brand Finance.


Gilson Nunes, CEO da Brand Finance para América do Sul, diz que a discrepância entre os países se dá porque o Brasil não trabalha sua imagem ao redor do mundo. Esse é o principal desafio para o Brasil, diz o executivo, acrescentando que a metodologia leva em conta as empresas que patrocinam o campeonato, ambiente de turismo, fluxo de pessoas e infraestrutura do país, entre outros dados.

O escritório de São Paulo da Brand Finance também calcula que os jogos do Rio devem movimentar R$ 100 bilhões no país entre outubro de 2015 e outubro de 2016. "A gente calcula o impacto do investimento [realizado na cidade-sede para receber os jogos] e o retorno que vai trazer para a economia local."

Na matriz, a consultoria - que tem escritórios em 21 países - constatou que a marca Olimpíada ficou mais cara entre o torneio anterior e o que está para começar. A Olimpíada 2012, em Londres, vale R$ 96,1 bilhões; a Olimpíada 2008, em Pequim, valia R$ 51,3 bilhões.

Para Nunes, essa valorização de 87% entre os jogos se deve também ao trabalho de imagem feito pelo Comitê Olímpico Internacional, que conseguiu aumentar patrocínio e o volume de negócios associados à Olimpíada. O resultado, diz, é um efeito econômico "multiplicador".


O resultado coloca os Jogos Olímpicos em segundo lugar no ranking das marcas mais valiosas do mundo, atrás da Apple (R$ 142,6 bilhões).

"E vale mais do que o valor das próprias marcas de seus patrocinadores, incluindo a Samsung (R$ 77,2 bilhões), GE (R$ 67,1 bilhões) e Coca-Cola (R$ 62,8 bilhões)", informa o estudo.


Nesses quatro anos, a receita total do evento cresceu 38%, para R$ 10,2 bilhões, e a renda com transmissão dos jogos na televisão aumentou 51%, para R$ 7,8 bilhões.

A verba de patrocínio subiu 10,5%, considerado um aumento tímido, "talvez refletindo as duras condições de negócios na recessão global", diz o estudo.

Letícia Casado | De São Paulo Valor Econômico

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