Segundo o Banco Central, o deficit decorreu, sobretudo, do menor ritmo de comércio entre brasileiros, europeus e asiáticos.
A diferença entre tudo o país vendeu aos estrangeiros e o que importou resultou em saldo positivo de apenas US$ 806 milhões, quantia 81% inferior à registrada em junho de 2011 e o pior desempenho para o período desde 2002. Sem um resultado melhor na balança comercial, faltaram recursos para cobrir outras despesas das transações com o exterior.
A balança comercial ainda está positiva, porque houve uma melhora dos preços dos grãos. Somente a soja responde por 15% da nossa pauta de exportação. Ainda assim, isso não deve garantir um bom desempenho comercial para o país em todo o ano, alertou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
Pessimista, ele prevê que o saldo da balança fechará o ano em US$ 15 bilhões, ou seja, US$ 3 bilhões a menos do que os US$ 18 bilhões previstos pela autoridade monetária.
O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, disse que, em julho, as exportações voltaram a reagir, o que resultará em um saldo comercial maior. Com isso, ele ponderou que o rombo nas contas externas deste mês deve ficar em US$ 4,5 bilhões. Ainda assim, não há motivos para preocupação.
O Investimento Estrangeiro Direto (IED) tem sido mais do que suficiente para cobrir o deficit nas contas externas, fechando junho em US$ 5,8 bilhões%u201D, observou.
Os gastos dos brasileiros no exterior também influenciaram o rombo nas contas externas, mas em menor escala que em outros meses. Na comparação entre junho e igual mês do ano passado, as despesas com viagens internacionais recuaram 9,75%, de US$ 1,86 bilhão para US$ 1,68 bilhão.
Essa redução é explicada pelo dólar mais alto frente o real, que impacta a ida de turistas ao exterior, justificou Rocha. Em contrapartida, o Brasil ficou mais barato para os estrangeiros, o que deve aumentar as receitas com turismo.
VICTOR MARTINS Correio Braziliense
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