Além de não repassar o ganho que tiveram com a queda do custo do dinheiro no Brasil, os bancos aumentaram os juros ao consumidor no mês passado, mesmo com a inadimplência estável, embora alta.
Há um ano, as instituições financeiras não captavam recursos com taxas tão baixas, cerca de 9,7% ao ano.
Porém, em fevereiro, as famílias pagaram uma taxa média de 45,4% ao ano pelos seus empréstimos, a maior desde outubro, de acordo com o Banco Central (BC). Já os juros do crédito pessoal chegaram a 50,6% ao ano, também os maiores desde aquele mês.
Em fevereiro, o spread bancário - diferença entre o custo do dinheiro para a instituição financeira e o custo para o cliente - cresceu 0,9 ponto percentual para as pessoas físicas, chegando ao maior nível em cinco meses.
É nessa parcela dos juros que os bancos embutem seus lucros.
Para o BC, o comportamento do bancos se deve ao alto nível de calote no país. A taxa da pessoa física, por exemplo, está estável no maior nível desde 2009, auge da crise financeira mundial por aqui. Mas a autarquia garante que a tendência é de queda no fim do ano.
- Há uma certa resistência da inadimplência em recuar - disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.
Ele ressaltou que o atraso de mais de 90 dias nos financiamentos de automóveis quebrou todos os recordes históricos no mês passado, mas considerou que o BC agiu bem em dezembro quando retirou todas as medidas que travavam os bancos na hora de conceder esse tipo de crédito por prazo mais longo.
- Ela (a inadimplência em financiamento de veículos) está associada à expansão do crédito mais intensa em 2010.
Governo prepara ação para baratear financiamento
O movimento dos bancos de elevação dos juros e do spread para pessoas físicas e empresas está na contramão do pretendido pelo governo, que finaliza um pacote de medidas para a redução do custo dos financiamentos no Brasil.
As medidas deveriam ter sido anunciadas na semana passada, mas, segundo fontes, foram travadas pelo lobby dos bancos, que temem perder lucro se forem forçados a cortar os juros a consumidores e empresas para fazer frente à concorrência com instituições públicas como o Banco do Brasil e a Caixa.
- Os bancos estão na contramão do que quer o governo, por isso é discutível a eficácia de medidas assim - disse o economista do Banco Espírito Santo (BES) Flávio Serrano.
Em fevereiro, o volume de crédito no Brasil cresceu 0,4%, para R$ 2,03 trilhões. O BC quer que esse volume tenha um crescimento de 15% neste ano. Nos últimos 12 meses, esse ritmo está em 17,3%.
Há um ano, as instituições financeiras não captavam recursos com taxas tão baixas, cerca de 9,7% ao ano.
Porém, em fevereiro, as famílias pagaram uma taxa média de 45,4% ao ano pelos seus empréstimos, a maior desde outubro, de acordo com o Banco Central (BC). Já os juros do crédito pessoal chegaram a 50,6% ao ano, também os maiores desde aquele mês.
Em fevereiro, o spread bancário - diferença entre o custo do dinheiro para a instituição financeira e o custo para o cliente - cresceu 0,9 ponto percentual para as pessoas físicas, chegando ao maior nível em cinco meses.
É nessa parcela dos juros que os bancos embutem seus lucros.
Para o BC, o comportamento do bancos se deve ao alto nível de calote no país. A taxa da pessoa física, por exemplo, está estável no maior nível desde 2009, auge da crise financeira mundial por aqui. Mas a autarquia garante que a tendência é de queda no fim do ano.
- Há uma certa resistência da inadimplência em recuar - disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.
Ele ressaltou que o atraso de mais de 90 dias nos financiamentos de automóveis quebrou todos os recordes históricos no mês passado, mas considerou que o BC agiu bem em dezembro quando retirou todas as medidas que travavam os bancos na hora de conceder esse tipo de crédito por prazo mais longo.
- Ela (a inadimplência em financiamento de veículos) está associada à expansão do crédito mais intensa em 2010.
Governo prepara ação para baratear financiamento
O movimento dos bancos de elevação dos juros e do spread para pessoas físicas e empresas está na contramão do pretendido pelo governo, que finaliza um pacote de medidas para a redução do custo dos financiamentos no Brasil.
As medidas deveriam ter sido anunciadas na semana passada, mas, segundo fontes, foram travadas pelo lobby dos bancos, que temem perder lucro se forem forçados a cortar os juros a consumidores e empresas para fazer frente à concorrência com instituições públicas como o Banco do Brasil e a Caixa.
- Os bancos estão na contramão do que quer o governo, por isso é discutível a eficácia de medidas assim - disse o economista do Banco Espírito Santo (BES) Flávio Serrano.
Em fevereiro, o volume de crédito no Brasil cresceu 0,4%, para R$ 2,03 trilhões. O BC quer que esse volume tenha um crescimento de 15% neste ano. Nos últimos 12 meses, esse ritmo está em 17,3%.
Gabriela Valente O Globo
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