"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 07, 2012

brasil maravilha : Produção industrial tem maior queda mensal em três anos. Dos 27 ramos pesquisados 14 tiveram retração

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A produção industrial brasileira caiu 2,1% em janeiro ante dezembro, a maior redução mensal desde dezembro de 2008, no auge da crise financeira global.

Na comparação com janeiro de 2011, a produção no primeiro mês de 2012 diminuiu 3,4%, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira.

Dos 27 setores pesquisados, 14 mostraram retração.


Economistas consultados pela Reuters esperavam queda de 0,80%em janeiro sobre dezembro, segundo a mediana das projeções. Para a comparação com janeiro do ano passado, a previsão era de queda de 1,5%.

O dado de dezembro de 2011 ante novembro foi revisado para baixo, de alta de 0,9% para aumento de 0,5%. A comparação entre dezembro do ano passado e dezembro de 2010 também sofreu revisão negativa, passando a apresentar queda de 1,3%, ante o 1,2% informado anteriormente.

O setor industrial foi o destaque negativo dos números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na terça-feira. O PIB brasileiro cresceu 2,7% em 2011, mas a indústria teve expansão de apenas 1,6% no ano (frente aos 10,4% em 2010), de acordo com IBGE.

No quatro trimestre do ano passado, o setor recuou 3,1%, maior queda desde o quarto trimestre de 2009, negativo em 2,5%.


Os números do PIB revelaram ainda que os segmentos industriais com pior desempenho em 2011 foram os que sofrem mais concorrência de importados, como vestuário, calçados, metalurgia e automóveis.

Preocupado com os efeitos do que chamou de "guerra cambial" sobre a indústria, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na terça-feira que o governo prepara um pacote de medidas para estimular o setor, que abrangerá novas ações contra a valorização excessiva do real.

Na quinta-feira passada, o governo brasileiro anunciou duas medidas para frear a apreciação da moeda, que ameaça os exportadores e a indústria como um todo.

Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar mais um corte na taxa Selic, hoje em 10,5% ao ano.

No mercado financeiro, as apostas nos últimos dias dividiam-se entre mais um corte de 0,50 ponto percentual e uma redução maior, de 0,75 ponto.


Veículos tem a maior queda entre os 14 setores que registram recuo

Segundo os dados do IBGE, dos 14 setores que registraram recuo na produção, destaca-se o impacto negativo vindo de veículos automotores (-30,7%), pressionado principalmente pela concessão de férias coletivas que atingiu várias empresas do setor.

Após recuar 13,0%, em setembro de 2011, também influenciada pelas paralisações por conta de férias coletivas em várias empresas, a indústria automotiva apontou expansão por três meses consecutivos, acumulando nesse período avanço de 11,4%.


O que mais pesou neste resultado da indústria automobilística foi a paralisação quase completa na produção de caminhões para adaptação das linhas de montagem às normas do Euro 5, que preveem menores emissões de carbono.

A produção de automóveis também teve produção menos intensa (-18,8%), com algumas férias coletivas, uma vez que os estoques da indústria ainda estão acima do desejado.

A reboque disso, o subsetor de autopeças (-19,7%) também se retraiu explica o gerente da PIM, André Macedo.

Ele acrescentou, no entanto, que os dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam queda menor na produção em fevereiro.


Segundo boletim da LCA Consultoria, a indústria permanecerá apresentando desempenho fraco no primeiro trimestre, influenciado pelos resultados da indústria automobilística.

"A fabricação de autoveículos caiu 5,6% na margem (sobre janeiro), descontando os efeitos sazonais. Os dias de vendas necessários para a completa eliminação dos estoques permaneceram estáveis em 36, se mantendo acima do número considerado ideal (30).

Esses fatores indicam nova contribuição negativa do setor de automóveis e comerciais leves para a PIM de fevereiro", escreveram os analistas da LCA, no relatório.


Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da
indústria vieram de indústrias extrativas (-8,4%),
equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (-26,3%), que devolveu parte do crescimento de 28,0% assinalado em dezembro último, bebidas (-7,7%),

máquinas para escritório e equipamentos de informática (-12,2%),
produtos de metal (-6,1%)
e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,1%).


A indústria extrativa apresentou uma queda mais acentuada porque, além do menor dinamismo da economia mundial, a extração de minério de ferro sofreu impacto das chuvas em Minas Gerais diz Macedo.

Por outro lado, entre as atividades que ampliaram a produção, os desempenhos de maior importância para o resultado global foram observados em edição e impressão (9,9%), máquinas e equipamentos (4,5%),
refino de petróleo e produção de álcool (4,8%),
material eletrônico,
aparelhos e equipamentos de comunicações (14,3%)
e têxtil (6,6%).


Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital (-16,0%) apontou a queda mais acentuada em janeiro de 2012, influenciada principalmente pela menor produção de caminhões, uma vez que se observou férias coletivas em várias empresas do setor nesse mês.

Esse recuo foi o mais intenso desde dezembro de 2008 (-23,5%) e interrompeu dois meses seguidos de expansão, período em que acumulou ganho de 5,7%.

Os segmentos de bens de consumo duráveis (-1,9%) e de bens intermediários (-2,9%) também mostraram taxas negativas em janeiro de 2012, com o primeiro eliminando parte do crescimento de 5,5% verificado em dezembro último, e o segundo revertendo dois meses de taxas positivas novembro (0,2%) e dezembro (0,4%).

O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis foi o único que registrou expansão nesse mês, avançando 0,7%.
Indústria em queda Foto: O Globo / O Globo
O Globo

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