Brasileiros têm 40% da renda comprometida com dívidas, diz consultoria BRASÍLIA.
Enquanto nos Estados Unidos, na Europa e no Chile as famílias comprometem de 10% a 12% dos salários com dívidas e carnês, no Brasil esse número é de alarmantes 40,8%.
Os cálculos foram feitos pela consultoria Opus, a pedido do GLOBO.
O comprometimento da renda cresceu na esteira do aumento do crédito no país e o Banco Central (BC) está preocupado com o superendividamento, principalmente da população de baixa renda, que experimenta a facilidade de ter cadastros aprovados e dívidas multiplicadas.
Por isso, a instituição começou a monitorar mais de perto os empréstimos abaixo de R$ 5 mil. Com a mudança que entrou em vigor, todos os financiamentos acima de R$ 1 mil são analisados.
O governo verifica agora 96% do crédito no país - pelo CPF do cidadão - num sistema de gerenciamento de risco apelidado de "BBB do BC". A autoridade monetária divulgará para os bancos informações sobre R$ 159 bilhões que não eram detalhadas.
Está de olho não apenas em parcelamentos no cartão de crédito porque representam apenas 0,6% de todos os empréstimos para pessoa física registrados na Central de Risco. Também acompanha com lupa as compras pagas à vista dentro do vencimento da fatura que somam 3,5%.
Na visão de economistas, o aumento de canais de acesso, como os correspondentes bancários, contribuiu para esse aumento da dívida das famílias.
- Há um lado social do Banco Central de tentar evitar o superendividamento das pessoas - diz o chefe de departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro, Lúcio Capelletto.
Para o professor da Fundação Getulio Vargas Eduardo Diniz, o principal problema é falta de educação financeira:
- Temos visto que esse esforço para levar os serviços bancários a todos os brasileiros não tem sido acompanhado por um esforço equivalente para orientar as pessoas a lidarem com esse acesso.
Com informação de todos os empréstimos disponíveis, o banco poderá fazer uma análise de crédito mais criteriosa e decidir se seu cliente tem capacidade de levar adiante mais um financiamento.
- No caso do subprime (que causou a grande crise de 2008), o governo dos EUA não sabia onde estava o risco. Aqui, a gente sabe onde está o risco de crédito e o risco de liquidez - garante o chefe de departamento do BC.
O Globo
Enquanto nos Estados Unidos, na Europa e no Chile as famílias comprometem de 10% a 12% dos salários com dívidas e carnês, no Brasil esse número é de alarmantes 40,8%.
Os cálculos foram feitos pela consultoria Opus, a pedido do GLOBO.
O comprometimento da renda cresceu na esteira do aumento do crédito no país e o Banco Central (BC) está preocupado com o superendividamento, principalmente da população de baixa renda, que experimenta a facilidade de ter cadastros aprovados e dívidas multiplicadas.
Por isso, a instituição começou a monitorar mais de perto os empréstimos abaixo de R$ 5 mil. Com a mudança que entrou em vigor, todos os financiamentos acima de R$ 1 mil são analisados.
O governo verifica agora 96% do crédito no país - pelo CPF do cidadão - num sistema de gerenciamento de risco apelidado de "BBB do BC". A autoridade monetária divulgará para os bancos informações sobre R$ 159 bilhões que não eram detalhadas.
Está de olho não apenas em parcelamentos no cartão de crédito porque representam apenas 0,6% de todos os empréstimos para pessoa física registrados na Central de Risco. Também acompanha com lupa as compras pagas à vista dentro do vencimento da fatura que somam 3,5%.
Na visão de economistas, o aumento de canais de acesso, como os correspondentes bancários, contribuiu para esse aumento da dívida das famílias.
- Há um lado social do Banco Central de tentar evitar o superendividamento das pessoas - diz o chefe de departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro, Lúcio Capelletto.
Para o professor da Fundação Getulio Vargas Eduardo Diniz, o principal problema é falta de educação financeira:
- Temos visto que esse esforço para levar os serviços bancários a todos os brasileiros não tem sido acompanhado por um esforço equivalente para orientar as pessoas a lidarem com esse acesso.
Com informação de todos os empréstimos disponíveis, o banco poderá fazer uma análise de crédito mais criteriosa e decidir se seu cliente tem capacidade de levar adiante mais um financiamento.
- No caso do subprime (que causou a grande crise de 2008), o governo dos EUA não sabia onde estava o risco. Aqui, a gente sabe onde está o risco de crédito e o risco de liquidez - garante o chefe de departamento do BC.
O Globo
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