"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 24, 2011

O RISCO PRESIDENTA FAXINEIRA1,99/FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA DE NADA E COISA NENHUMA E FANTOCHE :Brasil pode ter menor crescimento da região

A economia brasileira está deixando o papel de motor da América do Sul e voltando à incômoda condição que já não ocupava desde meados da década passada:
a de lanterninha do crescimento na região.

Antes mesmo do aprofundamento da crise mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou relatório em setembro no qual previa 3,6% para a expansão do Brasil em 2012, índice inferior ao de todos os seus vizinhos e igual ao da Venezuela.

Se as projeções se confirmarem, será a primeira vez em sete anos que isso ocorrerá.


Com uma desaceleração mais forte do que a dos demais países sul-americanos, voltam a ganhar força as contestações sobre a capacidade do Brasil de impulsionar a economia na região.

"O Brasil não é, de nenhuma maneira, o caso de um emergente que tenha se transformado em exemplo no qual se espelhar", diz José Luis Espert, economista argentino e dono da consultoria Espert Associados.


Entre 2005 e 2010, aumentou de 29% para 50% a participação do mercado brasileiro como destino das exportações industriais da Argentina.
No mesmo período, a fatia das exportações do Uruguai que têm o Brasil como destino subiu de 12,6% para 21,5%.


Espert avalia que a Argentina "tem motivos para agradecer ao Brasil", que absorve 85% de suas vendas de automóveis ao exterior e mais de cinco a cada dez carros produzidos.

"A estrela dos últimos dez anos no país foi a indústria automotiva", afirma o economista. Ele prevê uma desaceleração da Argentina em 2012, com o PIB crescendo 4%, mas não em ritmo tão forte quanto o freio no Brasil.

"É um cenário que tem 70% de chances de acontecer."


Na avaliação de Bernardo Wjuniski, analista-sênior para a América Latina da Medley Global Advisors, a forte redução na taxa de crescimento da economia brasileira não pode ser explicada só pela crise mundial.

Para ele, por trás do tombo no avanço do PIB entre 2010, cuja alta foi de 7,5%, para taxas próximas a 3% neste e no próximo ano, está a política implementada pelo governo da presidente Dilma Rousseff.

"O aperto na política monetária, com as medidas macroprudenciais de controle do crédito e a elevação de juros entre janeiro e julho, e o maior rigor fiscal, com corte no orçamento e ampliação da meta de superávit primário, tiveram efeito pleno no terceiro trimestre deste ano", diz Wjuniski, "justamente no mesmo momento em que houve o recrudescimento da crise global".


Para Wjuniski, a condução da política econômica, por parte do governo brasileiro, destoa completamente daquela adotada por Colômbia e Peru, que também cresceram forte em 2010.

"O Brasil precisava desacelerar porque o PIB foi inflamado pela aceleração da inflação, algo que não ocorre nesses dois vizinhos", diz Wjuniski, que vê numa política monetária mais austera uma das razões pelas quais colombianos e peruanos conseguiram combinar crescimento elevado com um razoável controle de preços.


Ao desacelerar para uma taxa próxima a 3% neste ano, e um pouco mais no ano que vem, o caso brasileiro assemelha-se àquele vivido por Chile e México, cujo avanço do PIB deve se situar entre 4% e 5% em 2011 e 2012.

"Eles crescem só um pouco mais, mas com uma diferença fundamental: têm inflação controlada".

(...)
Nas projeções divulgadas em setembro pelo FMI, no Panorama Econômico Mundial, Guiana e Peru terão os maiores crescimentos do PIB em 2012, com 6% e 5,6%, respectivamente.

Na América Latina e no Caribe, a liderança fica com o Haiti (7,5%), em processo de reconstrução após o terremoto de 2010, e com o Panamá (7,2%).

Daniel Rittner e João Villaverde | Valor Econômico

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