Apesar de o governo ter arcado com o pagamento de juros em níveis astronômicos, em agosto, os dispêndios não foram suficientes para aumentar a proporção da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Graças à elevação do dólar em relação ao real de cerca de 2% no período, a relação entre o endividamento líquido e o PIB caiu de 39,4% para 39,2%.
O indicador serve de parâmetro para investidores e agências de classificação de risco, para medir a saúde fiscal das contas públicas. Os dados foram divulgados ontem pelo Banco Central.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (Depec), Túlio Maciel, chamou a atenção para o fato de que, em setembro, o recuo será ainda mais expressivo. Este mês, a cotação da moeda norte-americana avançou pelo menos 14,46%, de R$ 1,59 para R$ 1,82.
É este o valor que o BC está levando em conta para projetar uma queda da relação dívida/PIB para 37,6%. Esse patamar, no entanto, não durará muito. Para o final do ano o BC prevê que a relação dívida/PIB retorne aos 38,5%.
A valorização da divisa favorece a redução da dívida porque o Brasil é credor em moeda estrangeira. Por isso quando o dólar sobe, a dívida diminui ou, pelo menos, não aumenta tanto.
Para fechar o ano com a proporção estimada, o BC considera o crescimento do PIB de 3,5% e o cumprimento da meta de superavit fiscal — a economia que o governo consegue fazer para pagar os juros da dívida — de R$ 127,9 bilhões, o equivalente a 3,1% do PIB.
Recorde
No mês passado, o Banco Central registrou o pior desempenho para agosto em termos de pagamento de juros. Foram R$ 21,6 bilhões no mês. No ano, a apropriação de encargos ultrapassa R$ 160,2 bilhões, resultado mais elevado da série histórica, que começa em 2001, para o período de oito meses do ano.
Segundo o BC, a soma deve encerrar 2011, pela primeira vez na história, acima de R$ 200 bilhões.
Maciel explicou que o crescimento dos dispêndios nessa rubrica é fruto da inflação mais elevada no período, assim como da alta da taxa Selic, aplicada sobre um estoque de dívida cada vez maior.
A soma contribuiu para que o rombo nominal nas contas alcançasse R$ 17,1 bilhões, também o pior resultado para meses de agosto.
No ano, o deficit bateu em R$ 63,6 bilhões.
O crescimento do deficit em relação aos R$ 5 bilhões aferidos em julho, se deu porque a economia que o governo conseguiu fazer também foi muito baixa. O superavit primário foi de apenas R$ 4,5 bilhões, ante R$ 13,7 bilhões, o mais baixo para o mês desde agosto de 2003.
O chefe do Depec não se mostrou preocupado com a queda do superavit primário. Ele disse que, entre os meses, a variação é grande. "É melhor olharmos para o acumulado no ano", observou. Nos oito meses de 2011, o superavit primário chega a R$ 96,5 bilhões.
Indicadores
Veja as novas projeções do Banco Central para o setor fiscal neste ano
» Relação dívida líquida /PIB: cai de 39% para 38,5%
» Relação dívida bruta/PIB : permanece em 55%
» Deficit nominal: cai de 2,5% do PIB para 2,4%
» Pagamento de juros: sobe de 5,4% do PIB para 5,6%
» Superávit primário: meta de R$ 127,9 bilhões ou 3,1% do PIB
Fonte: Banco Central.
Graças à elevação do dólar em relação ao real de cerca de 2% no período, a relação entre o endividamento líquido e o PIB caiu de 39,4% para 39,2%.
O indicador serve de parâmetro para investidores e agências de classificação de risco, para medir a saúde fiscal das contas públicas. Os dados foram divulgados ontem pelo Banco Central.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (Depec), Túlio Maciel, chamou a atenção para o fato de que, em setembro, o recuo será ainda mais expressivo. Este mês, a cotação da moeda norte-americana avançou pelo menos 14,46%, de R$ 1,59 para R$ 1,82.
É este o valor que o BC está levando em conta para projetar uma queda da relação dívida/PIB para 37,6%. Esse patamar, no entanto, não durará muito. Para o final do ano o BC prevê que a relação dívida/PIB retorne aos 38,5%.
A valorização da divisa favorece a redução da dívida porque o Brasil é credor em moeda estrangeira. Por isso quando o dólar sobe, a dívida diminui ou, pelo menos, não aumenta tanto.
Para fechar o ano com a proporção estimada, o BC considera o crescimento do PIB de 3,5% e o cumprimento da meta de superavit fiscal — a economia que o governo consegue fazer para pagar os juros da dívida — de R$ 127,9 bilhões, o equivalente a 3,1% do PIB.
Recorde
No mês passado, o Banco Central registrou o pior desempenho para agosto em termos de pagamento de juros. Foram R$ 21,6 bilhões no mês. No ano, a apropriação de encargos ultrapassa R$ 160,2 bilhões, resultado mais elevado da série histórica, que começa em 2001, para o período de oito meses do ano.
Segundo o BC, a soma deve encerrar 2011, pela primeira vez na história, acima de R$ 200 bilhões.
Maciel explicou que o crescimento dos dispêndios nessa rubrica é fruto da inflação mais elevada no período, assim como da alta da taxa Selic, aplicada sobre um estoque de dívida cada vez maior.
A soma contribuiu para que o rombo nominal nas contas alcançasse R$ 17,1 bilhões, também o pior resultado para meses de agosto.
No ano, o deficit bateu em R$ 63,6 bilhões.
O crescimento do deficit em relação aos R$ 5 bilhões aferidos em julho, se deu porque a economia que o governo conseguiu fazer também foi muito baixa. O superavit primário foi de apenas R$ 4,5 bilhões, ante R$ 13,7 bilhões, o mais baixo para o mês desde agosto de 2003.
O chefe do Depec não se mostrou preocupado com a queda do superavit primário. Ele disse que, entre os meses, a variação é grande. "É melhor olharmos para o acumulado no ano", observou. Nos oito meses de 2011, o superavit primário chega a R$ 96,5 bilhões.
Indicadores
Veja as novas projeções do Banco Central para o setor fiscal neste ano
» Relação dívida líquida /PIB: cai de 39% para 38,5%
» Relação dívida bruta/PIB : permanece em 55%
» Deficit nominal: cai de 2,5% do PIB para 2,4%
» Pagamento de juros: sobe de 5,4% do PIB para 5,6%
» Superávit primário: meta de R$ 127,9 bilhões ou 3,1% do PIB
Fonte: Banco Central.
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