"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 11, 2011

Malandros, otários e rancorosos

Imaginem um parlamento composto por três tipos de pássaros:
os malandros, que não catam os piolhos da cabeça de ninguém; os otários, que catam os de todo mundo; e os rancorosos, que só catam os daqueles que catam os dos outros também.


No começo, os malandros se dão bem.
Mas, por sua causa, os otários entram em extinção.
No fim, porém, os rancorosos serão os grandes sobreviventes.
Simplesmente, porque não haverá mais otários em número suficiente para catar os piolhos dos malandros.

A situação foi relatada por Richard Dawkins no livro O gene egoísta, no qual ele mostra por que o altruísmo é importante para a sobrevivência da espécie humana.
É uma simulação da teoria dos jogos, na qual "os bons rapazes ganham sempre".
A história tem tudo a ver com o que está acontecendo na Câmara.

Uma parte da base do governo resolveu obstruir os trabalhos para obrigar a presidente Dilma Rousseff a se enquadrar nas regras do jogo do "condomínio do poder", que herdou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O "dá ou desce" é o começo de um jogo entre malandros, otários e rancorosos na base do governo.

Se os rancorosos forem à luta, os malandros vão perder.

Correio

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