O Brasil encerrou o primeiro semestre com déficit de US$25,448 bilhões em suas transações correntes (operações de compra, venda e aluguel de bens e serviços no exterior), o maior rombo para o período na série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1947.
Em junho, o resultado ficou negativo em US$3,3 bilhões, também recorde para o mês. Os gastos de brasileiros com viagens internacionais - US$10,184 bilhões, alta de 44,4% puxada pelo dólar barato - e o pagamento de aluguel de equipamentos para exploração de minério, petróleo e gás pressionaram as contas.
O déficit corrente, no entanto, foi coberto pela entrada de investimentos estrangeiros diretos (IED), que atingiram US$32,477 bilhões no semestre - alta de 168% sobre igual período de 2010.
Até o fim deste ano, devem chegar a US$55 bilhões, segundo o BC. Dados parciais de julho (até ontem) apontavam para o ingresso de US$3,6 bilhões este mês, após a entrada de US$5,467 bilhões em junho.
O presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais, Luís Afonso Lima, destaca a fragilidade das contas externas. Ele menciona a ajuda das exportações brasileiras, originada principalmente nos altos preços de commodities, que são voláteis, e o fato de o IED estar mais direcionado aos setores de serviços e varejista.
A balança comercial tem ajudado a conter o déficit corrente.
No semestre, ficou superavitária em US$12,967 bilhões, contra US$7,884 bilhões de igual período de 2010.
Já para o diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, Carlos Langoni, o déficit corrente é aceitável, devido à necessidade de o país ter um baixo nível de poupança interna e precisar aumentar investimentos.
- Num cenário de recessão mundial, causado por problemas na economia chinesa, nos EUA ou na Europa, os preços das commodities vão cair, o câmbio sofrerá um ajuste e, é claro, haverá alguma reversão na entrada de IED. Mas aqui entra o papel das reservas internacionais - disse.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o déficit corrente reflete a continuidade do crescimento, que se traduz em maior demanda. Ele mencionou a conta de aluguel de equipamentos, que fechou o semestre com déficit de US$7,833 bilhões - alta de 26,6% frente a igual período de 2010. Em junho, o saldo negativo foi de US$1,437 bilhão.
A enxurrada de dólares é um dos motivos do derretimento da moeda americana, que, ao elevar o poder de compra do real lá fora, estimula o turismo. O déficit em viagens internacionais cresceu 65,5% no semestre sobre igual período de 2010, para US$6,814 bilhões.
Em junho, a conta de viagens registrou saldo negativo de US$1,364 bilhão, com despesas no exterior atingindo US$1,854 bilhão, recorde para o mês e segundo maior resultado mensal, depois de abril. As receitas de estrangeiros aqui ficaram em US$490 milhões, menor gasto mensal desde outubro de 2010.
Geralda Doca O Globo
Em junho, o resultado ficou negativo em US$3,3 bilhões, também recorde para o mês. Os gastos de brasileiros com viagens internacionais - US$10,184 bilhões, alta de 44,4% puxada pelo dólar barato - e o pagamento de aluguel de equipamentos para exploração de minério, petróleo e gás pressionaram as contas.
O déficit corrente, no entanto, foi coberto pela entrada de investimentos estrangeiros diretos (IED), que atingiram US$32,477 bilhões no semestre - alta de 168% sobre igual período de 2010.
Até o fim deste ano, devem chegar a US$55 bilhões, segundo o BC. Dados parciais de julho (até ontem) apontavam para o ingresso de US$3,6 bilhões este mês, após a entrada de US$5,467 bilhões em junho.
O presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais, Luís Afonso Lima, destaca a fragilidade das contas externas. Ele menciona a ajuda das exportações brasileiras, originada principalmente nos altos preços de commodities, que são voláteis, e o fato de o IED estar mais direcionado aos setores de serviços e varejista.
A balança comercial tem ajudado a conter o déficit corrente.
No semestre, ficou superavitária em US$12,967 bilhões, contra US$7,884 bilhões de igual período de 2010.
Já para o diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, Carlos Langoni, o déficit corrente é aceitável, devido à necessidade de o país ter um baixo nível de poupança interna e precisar aumentar investimentos.
- Num cenário de recessão mundial, causado por problemas na economia chinesa, nos EUA ou na Europa, os preços das commodities vão cair, o câmbio sofrerá um ajuste e, é claro, haverá alguma reversão na entrada de IED. Mas aqui entra o papel das reservas internacionais - disse.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o déficit corrente reflete a continuidade do crescimento, que se traduz em maior demanda. Ele mencionou a conta de aluguel de equipamentos, que fechou o semestre com déficit de US$7,833 bilhões - alta de 26,6% frente a igual período de 2010. Em junho, o saldo negativo foi de US$1,437 bilhão.
A enxurrada de dólares é um dos motivos do derretimento da moeda americana, que, ao elevar o poder de compra do real lá fora, estimula o turismo. O déficit em viagens internacionais cresceu 65,5% no semestre sobre igual período de 2010, para US$6,814 bilhões.
Em junho, a conta de viagens registrou saldo negativo de US$1,364 bilhão, com despesas no exterior atingindo US$1,854 bilhão, recorde para o mês e segundo maior resultado mensal, depois de abril. As receitas de estrangeiros aqui ficaram em US$490 milhões, menor gasto mensal desde outubro de 2010.
Geralda Doca O Globo
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