Discursos e números deixaram de combinar no Banco Central. Durante divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, garantiu que a carestia convergirá para o centro da meta (4,5%) em 2012 e pintou um céu com poucas nuvens para a economia.
Entretanto, todas as expectativas, inclusive as da própria autoridade monetária, mostravam o contrário.
As projeções do BC para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2011 avançaram de 5,6% para 5,8% e, para o ano que vem, passaram de 4,5% para 4,8% — um claro recado, na visão do mercado, de que mais ajustes na taxa básica de juros (Selic) se farão necessários.
Hamilton ainda garantiu — apesar de classificar o cenário externo como muito incerto e de afirmar que a aversão ao risco se elevou — que há "mais chance de a inflação melhorar do que de piorar".
Já o relatório de inflação, na página 89, diz o contrário.
O trecho informa que a probabilidade de a carestia estourar os 6,5% definidos como o teto da meta cresceu.
Enquanto em março era de 20% para 2011 e de 13% para 2012, no documento de junho houve um avanço para 22% neste ano e para 14% no próximo.
"Realmente, parece estranho ele ter melhorado a perspectiva e piorado a projeção", ponderou Caio Megale, economista do Itaú Unibanco.
"A questão é que o BC implementou uma série de ações de política monetária e, no entanto, as projeções pioraram. Isso significa que ele não obteve a resposta que deseja e que terá de apertar mais", argumentou Megale.
Ele explicou ainda que, em dezembro, antes das medidas macroprudenciais e dos ajustes na taxa de juros básica da economia (Selic), a previsão do BC era de 5% para a inflação em 2011 e de 4,8% para 2012.
Passados seis meses, algumas medidas prudenciais e uma elevação de 1,50 ponto percentual na taxa básica, o cenário para o próximo ano não se mexeu e o deste piorou em 0,8 ponto percentual.
Ainda assim, Hamilton garantiu que a política monetária surtiu efeito e que esse impacto se fará ainda mais forte no segundo semestre do ano.
Victor Martins Correio Braziliense
Entretanto, todas as expectativas, inclusive as da própria autoridade monetária, mostravam o contrário.
As projeções do BC para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2011 avançaram de 5,6% para 5,8% e, para o ano que vem, passaram de 4,5% para 4,8% — um claro recado, na visão do mercado, de que mais ajustes na taxa básica de juros (Selic) se farão necessários.
Hamilton ainda garantiu — apesar de classificar o cenário externo como muito incerto e de afirmar que a aversão ao risco se elevou — que há "mais chance de a inflação melhorar do que de piorar".
Já o relatório de inflação, na página 89, diz o contrário.
O trecho informa que a probabilidade de a carestia estourar os 6,5% definidos como o teto da meta cresceu.
Enquanto em março era de 20% para 2011 e de 13% para 2012, no documento de junho houve um avanço para 22% neste ano e para 14% no próximo.
"Realmente, parece estranho ele ter melhorado a perspectiva e piorado a projeção", ponderou Caio Megale, economista do Itaú Unibanco.
"A questão é que o BC implementou uma série de ações de política monetária e, no entanto, as projeções pioraram. Isso significa que ele não obteve a resposta que deseja e que terá de apertar mais", argumentou Megale.
Ele explicou ainda que, em dezembro, antes das medidas macroprudenciais e dos ajustes na taxa de juros básica da economia (Selic), a previsão do BC era de 5% para a inflação em 2011 e de 4,8% para 2012.
Passados seis meses, algumas medidas prudenciais e uma elevação de 1,50 ponto percentual na taxa básica, o cenário para o próximo ano não se mexeu e o deste piorou em 0,8 ponto percentual.
Ainda assim, Hamilton garantiu que a política monetária surtiu efeito e que esse impacto se fará ainda mais forte no segundo semestre do ano.
Victor Martins Correio Braziliense
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