"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 21, 2011

CONTENHA-SE BUFÃO! DE "MODIS" QUE : ELEVAÇÃO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO BRASIL NÃO ESCONDE INCONSISTÊNCIAS ECONÔMICAS.



A elevação da classificação de risco do Brasil pela agência Moody"s pode ser vista como uma aprovação da política econômica do governo de Dilma Rousseff, quase seis meses após a posse. Mas, ressaltam analistas, não esconde a necessidade de reformas para corrigir inconsistências da economia,


"Havia uma incerteza sobre como o novo governo lidaria com uma rota insustentável de crescimento, que provocou inflação. Agora a Moody"s diz que o governo está conseguindo lidar com isso. Está tentando reduzir gastos, embora pudesse fazer mais no ajuste fiscal", destaca o economista Claudio Frischtack, da Inter. B Consultoria.

Para ele, as condições internas do País foram determinantes para a promoção da nota, mas houve influência do cenário internacional tenso, com risco de contágio da Europa pela crise da Grécia.

Mais distante desse contexto, com um sistema bancário sólido e que também foi reavaliado positivamente pela Moody"s, o Brasil destacou-se como alternativa.
"É quase uma contraposição", observa Frischtack.

Já Paulo Levy, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), acredita que o contexto internacional pesou pouco. Ele também não vê na classificação profundidade suficiente para avalizar a política econômica atual.
Tem mais a ver com política fiscal, o alto nível das reservas ou o perfil da dívida.


"É uma avaliação centrada nas condições do País de pagar a dívida externa, não passa necessariamente por todos os componentes da política econômica."
Para ele, uma semana depois de o risco país do Brasil ter ficado abaixo do dos EUA, o clima de comemoração não inibirá reformas e o combate à inflação.
"O governo tem clareza do que é preciso para acelerar o crescimento."

Para Ruy Quintans, professor de macroeconomia do Ibmec-RJ, a classificação não é uma surpresa.
"A agência avalia a capacidade de o País buscar financiamento, que é o que a Grécia acabou de perder. É um comportamento normal do mercado. É como verificar o saldo da conta bancária de alguém que precisa de crédito. Não é uma avaliação do caráter da pessoa", compara.

Para ele, embora a Moody"s tenha destacado os efeitos das medidas contra a inflação, a estabilidade de preços demandará mais energia do governo este ano.

Alexandre Rodrigues O Estado de S. Paulo

Nenhum comentário: