"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 09, 2010

PRÉ-SAL : RETIRADA DE BARRIS CUSTARÁ MAIS DE US$ 66 bi, NENHUM BARRIL SERÁ RETIRADO ANTES DE 2015 NAS ÁREAS CEDIDAS.

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A Petrobras deve gastar mais de US$ 66,14 bilhões para retirar os bilhões de barris que comprou do governo, mas que ainda estão na camada pré-sal da Bacia de Santos.

Essa é a estimativa de custo que consta do laudo preparado pela consultoria DeGolyer and McNaughton, a pedido da estatal, tendo em conta o cenário mais provável apontado.

Diferentemente dos 5 bilhões de barris previstos no contrato de cessão onerosa com a União, essa estimativa da DeGolyer supõe que a Petrobras retire 3,47 bilhões de barris das seis áreas que serão exploradas - Franco, Florim, Tupi Nordeste, Guará Leste, entorno de Iara e Tupi Sul.

Dessa forma, chega-se a um custo de US$ 19,04 por barril.

Do total de gastos, US$ 18,88 bilhões, o equivalente a pouco menos de 30%, seriam despendidos com a exploração dos campos.

Para isso está prevista a perfuração de 112 poços, parte deles para a produção de petróleo e outros para a reinjeção de água e gás.

Esses custos se concentram num período que vai até o quinto ano de produção.

Conforme o laudo apresentado, nenhum barril começaria a ser retirado das áreas cedidas do pré-sal antes de 2015.

Entre 2011 e 2014, haveria apenas a perfuração de poços em quatro dos campos - Franco, Florim, Tupi Nordeste e Guará Leste.

Os investimentos estimados pela DeGolyer nesse período até 2014, prazo final do atual plano de negócios de US$ 224 bilhões da estatal, se limitam a US$ 1,44 bilhão.

A exploração de Tupi Sul e do entorno de Iara só começaria perto de 2020, de acordo com o estudo.

A fatia mais pesada dos gastos seria na fase de produção, prevista para ir até 2040, com um total de US$ 47,26 bilhões.

É o período mais caro porque envolve a utilização de plataformas e infraestrutura de escoamento do produto.

A área de Franco, que tem mais barris e deve começar a ser explorada primeiro, deve consumir US$ 9,60 bilhões em investimentos na fase de prospecção e outros US$ 27,71 bilhões na de produção, totalizando US$ 37,31 bilhões.

O estudo da DeGolyer aponta um custo fixo anual de US$ 966 milhões com o afretamento de três plataformas flutuantes de produção, armazenagem e escoamento (FPSO) que ela estima que serão usadas para explorar a área de Franco no cenário mais provável.

Cada FPSO teria capacidade de retirar 150 mil barris por dia.

Fernando Torres e Cláudia Schüffner Valor Econômico

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