"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 12, 2010

ÉBRIO : A EUFORIA PETROLEIRA E AS ASAS DE CERA DE ÍCARO, NO FT.

Published: August 11 2010 20:32 | Last updated: August 11 2010 20:32

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O Brasil está voando alto.
Tendo saido ileso da crise financeira , a economia vem crescendo a 9 por cento ao ano. Seu presidente muito popular , Luiz Inácio Lula da Silva , agora em seus últimos meses de mandato, parecia definido para se aposentar com um coro de elogios - até que ele mergulhou nas complicações do petróleo em águas profundas.

Assim como Ícaro viu suas asas de cera derreterem quando voou muito perto do sol, assim o Sr. Lula está arriscando seu legado ao multiplicar controvérsias sobre suas políticas de petróleo.

Entre as controvérsias tratadas pelo artigo está o que o autor denomina uma "estranha política da descoberta", afirmando que a candidata do governo à Presidência, Dilma Rousseff, estava à frente do conselho de administração da Petrobras justamente quando o governo preparava o projeto do pré-sal, que dará mais poderes à estatal sobre as novas reservas.

A outra questão, para o autor, é a segurança. "A explosão do poço Macondo, da BP, em abril, expôs as dificuldades de exploração petroleira em águas profundas", diz.

Situadas a uma profundidade muito maior no Oceano - e bem mais distantes da costa que os poços da BP -, as reservas da Petrobras colocam para a empresa "desafios logísticos" de escala muito mais impressionante, argumenta Gall.

O artigo lembra ainda que a legislaçãco do pré-sal coloca a estatal como operadora única dos campos de petróleo descobertos na área e que os ambiciosos planos da empresa vão requerer investimentos de US$ 224 bilhões no médio prazo.

"As necessidades financeiras da companhia são tão grandes agora que fazem parecer pequena a capacidade de investimento do governo federal do Brasil, em um país que precisa desesperadamente gastar mais em infraestrutura e educação."

Para Normal Gall, isso também deve "tirar recursos de outras prioridades", como a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016, a hidrelétrica de Belo Monte e o trem-bala entre Rio e São Paulo

"Se o Brasil não endireitar suas prioridades, Lula pode descobrir em breve que sua reputação está afundando à mesma profundidade que as reservas de petróleo que tanto entusiasmaram seu país".

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