"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 12, 2010

AQUI NUNCA ENGANARAM : ESTÃO FANTASIANDO UM ANO APOTEÓTICO COM DADOS MANIPULADOS.


Gustavo Patu, na Folha:

Boletim de estatísticas divulgado anteontem pelo Ministério da Fazenda apresenta números e conceitos errados ou distorcidos para inflar os feitos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, subestimar resultados da gestão anterior e esconder fragilidades atuais da política econômica.

Repleto de quadros com títulos em tom otimista e gráficos destinados à exibição em slides, o documento de 136 páginas privilegia comparações com o passado e aborda temas que têm sido explorados pela campanha da candidata governista ao Planalto, Dilma Rousseff (PT).

Conforme a Folha noticiou ontem, a compilação de dados foi divulgada pelo próprio ministro Guido Mantega, algo inusual, como parte de uma agenda de eventos oficiais favoráveis à estratégia eleitoral petista.

Números relativos ao crescimento econômico, por exemplo, foram no mesmo dia para a página oficial da campanha de Dilma.

Em meio às centenas de cifras citadas no boletim, há desde informações negadas pelos próprios gráficos que as ilustram até erros de cálculo -e as contas erradas favorecem o governo.

Um caso evidente é o do quadro destinado a atestar a solidez das contas do Tesouro Nacional, cujo texto diz que, “até 2010, já são 12 anos de superavit acima de 2% [do Produto Interno Bruto]“.

O gráfico logo abaixo mostra, neste ano, receitas de 19,9% e despesas de 18,5% do PIB ou, numa subtração simples, superavit de 1,4%.

LULA X FHC
Os números do ano passado não estão explicitados nas curvas coloridas, mas deveriam mostrar um superavit ainda menor, de 1,25%.

Mais importante, omite-se a meta oficial para o superavit federal, de 2,15% do PIB, que o governo não tem conseguido cumprir -pela primeira vez nesta década- mesmo com recordes de arrecadação tributária.

É falsa também a taxa de crescimento da renda per capita atribuída aos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ou, seja, ao período 1995-2002.

O quadro informa o percentual de 3,5% nos oito anos, o que o texto descreve como “praticamente estável”.

O cálculo, no entanto, desconsidera o crescimento do primeiro ano tucano, que elevaria o percentual a 6,2%.

Deficit de transações é passageiro e não compromete crescimento”, diz título sobre o desempenho do país nas transações de bens e serviços com o exterior.

Já o quadro mostra tendência de piora desde 2005.

(Texto copiado de Reinaldo Azevedo)

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Um comentário:

Aparício Fernando disse...

Em Saquarema-RJ aconteceu um fato muito estranho. Antes das eleições era só andar pelas ruas e perguntar em quem o eleitor iria votar que a resposta era unânime: Pedro Ricardo, candidato da oposição. Pois bem, o rapaz perdeu em todas, eu disse todas as 173 urnas da cidade. Perdeu e perdeu de muito. O mais estranho é que hoje, um mês após as eleições, você vai às ruas e os eleitores continuam unânimes em dizer que votaram em Pedro Ricardo. Seria muito mais cômodo pro eleitor dizer que votou na candidata vitoriosa. Mas não, o eleitor bate o pé afirmando que votou no outro. Curiosamente, é difícil encontrar alguém que confirme que votou na candidata vencedora, que coincidentemente é a esposa do deputado estadual Paulo Melo, presidente da ALERJ. Existem vários relatos da internet e inclusive vídeos no YOUTUBE atestando a vulnerabilidade das urnas eleitorais. Está lá pra quem quiser assistir. O fato é que esse triunvirato: Cabral, Zveiter e Paulo Melo atenta contra a democracia. Todos os poderes encontram-se de um lado só da balança, prejudicando a alternância do poder, principal filosofia da democracia. O fato é que não adianta espernear, pois o TSE, por mais que existam evidências que comprovem, jamais irá admitir fraudes em suas 'caixas pretas'. O ideal seria que a urna eletrônica emitisse, também, um cupom onde mostrasse em quem o eleitor votou. E que esse cupom fosse colocado numa urna tradicional ao lado dos mesários, para fins de comprovação posterior. Uma coisa é certa: nenhum outro país no mundo, depois de examinar, quis comprar nosso ‘avançadíssimo, rápido e moderno' método de escrutínio, nem o Paraguai.