"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 13, 2010

CHUPETA SEM MEL COMEÇA AMARGAR, COM O "CONTESTÔMETRO" DILMENTIRA

O período eleitoral pode ser uma excelente oportunidade para discutir a realidade nacional e suas perspectivas, corrigir equívocos, redefinir caminhos.

Aí está a beleza e a riqueza do processo de democrático.

Infelizmente, agremiações pouca afeitas a esta prática usam as eleições apenas para distorcer fatos e disseminar mentiras.

É o que faz o PT e sua candidata.

Nos últimos dias, Dilma Rousseff teve microfones abertos em ocasiões privilegiadas para expor ao país o que tem a dizer.

(Diga-se, de passagem, que tamanha exposição - seja no debate entre os presidenciáveis na Band, seja na entrevista ao Jornal Nacional - não é lá o que mais agrada à turva candidata.)

Aproveitou-os da pior maneira possível: tentando ludibriar o eleitor.

Foi uma torrente de mentiras e mistificações.

Instada a explicar por que o Brasil, sob Lula, sai-se pior do que um monte de economias emergentes, dona Dilma preferiu imputar a culpa ao passado, mesmo seu partido já estando há sete anos, sete meses e 11 dias no comando do país.

Até quando o PT, convenientemente, preservará seu comportamento pendular de responsabilizar adversários por seus erros e valer-se dos louros de realizações apenas herdados?

Fato é que o Brasil cresceu menos com Lula em relação a vizinhos, como mostra a edição de 10/8 de O Globo:

Entre 2003 e 2009, primeiros sete anos do governo Lula, a expansão da economia brasileira, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal, órgão da ONU) foi de 27,16%, bem abaixo dos 65,56% do Panamá, 65,05% da Argentina, 51,54% do Peru e 44,98% da Venezuela.

O país, pela lista da Cepal, só avançou mais que Paraguai (26%),

Nicarágua (23%),

El Salvador (16%)

e México (12%).

A candidata da mentira também inflou dados sobre obras de saneamento no Rio - onde, segundo ela, fica a Baixada Santista (sic).

Disse que investiu R$ 270 milhões apenas na Rocinha. Mas a realidade é bem distinta: as intervenções em sistemas de água e esgoto por lá somam R$ 80 milhões.

Mais: deste total, o governo federal entra com somente 56%. Tudo considerado, a petista multiplicou por seis o que de fato está sendo realizado pelo governo Lula na comunidade.

Pega na mentira.

Mas Dilma não apenas mente, como também inventa quando fala em saneamento. O PAC, esta peça de ficção cuja "mãe" agora o esconde em suas falas, prevê R$ 40 bilhões para o setor.

Mas apenas 30% disso são recursos orçamentários da União.

Do resto, 50% são linhas de financiamento, ou seja, dinheiro que se empresta e depois se cobra de volta, com juros, e 20% vêm de estados e municípios.

A candidata do PT já havia percorrido a trilha da mentira no debate da semana passada na Band. Inflou, fragorosamente, os dados sobre aumento do salário mínimo nos últimos oito anos: disse que fora de 74% reais, quando não passou de 54%.

Com isso, omitiu que, em dois mandatos, Lula só cumpriu pouco mais da metade do que prometera fazer em um (na campanha de 2002, o candidato do PT assumiu compromisso de dobrar o salário mínimo em quatro anos).

Nada disso é fortuito ou impensado.

A Dilma Rousseff interessa tirar o foco do presente, apontá-lo para um distorcido passado e empurrar para escanteio a necessária discussão sobre o futuro.

Sob a ação detergente da luz da realidade, a candidata que prefere o abrigo das trevas foi rapidamente pega na mentira - que, como na música de Erasmo Carlos, foi cortada em pedaços, pisada e abatida.

Fonte: ITV/Pauta em Ponto

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