Ivan Iunes Correio Braziliense
As eleições de outubro representam uma oportunidade para que vários políticos atingidos pelo escândalo do mensalão tentem o retorno à ribalta política.
Dos 19 parlamentares citados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a compra de votos de deputados e senadores pelo governo federal, 10 querem um novo mandato.
Segundo análise de especialistas, pelo menos três deles recuperaram boa parte do prestígio político perdido no escândalo e devem ter eleição tranquila caso a Justiça não impugne algumas dessas candidaturas com base na Lei da Ficha Limpa.
Outros cinco têm chances razoáveis de saírem do pleito com mandato na mão. Os dois personagens centrais do mensalão, os ex-deputados federais cassados José Dirceu (PT-SP) e Roberto Jefferson (PTB-RJ), no entanto, só poderão tentar o teste das urnas a partir de 2015.
Entre os protagonistas do mensalão, os três parlamentares que conseguiram emergir com maior facilidade do escândalo são os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Sandro Mabel (PR-GO) e Paulo Rocha (PT-PA).
Os dois primeiros têm a eleição praticamente garantida nos estados e foram escalados pelos partidos com a missão de descarregar um caminhão de votos nas alianças proporcionais.
Já Paulo Rocha pode ser o primeiro parlamentar envolvido no mensalão a progredir um degrau na política depois do escândalo.
Ele tentará uma vaga no Senado pelo Pará e seus principais adversários são o ex-senador Jader Barbalho (PMDB) e o senador Flexa Ribeiro (PSDB).
Mensaleiros no páreo
João Paulo Cunha (PT-SP)
Acusado de ter recebido R$ 50 mil. Pressionado a justificar a presença da mulher no Banco Rural — instituição onde eram feitos os saques do mensalão —, disse que ela havia ido pagar a prestação da TV a cabo. João Paulo acabou absolvido pelo plenário da Câmara.
Acusado de ter recebido R$ 50 mil. Pressionado a justificar a presença da mulher no Banco Rural — instituição onde eram feitos os saques do mensalão —, disse que ela havia ido pagar a prestação da TV a cabo. João Paulo acabou absolvido pelo plenário da Câmara.
José Genoino (PT-SP)
Apontado como fiador dos empréstimo do publicitário Marcos Valério ao PT — à época ele era presidente do partido. Manteve-se no cargo até que o assessor de um irmão, o deputado José Guimarães (PT-CE), foi apanhado com dólares na cueca. Renunciou à Presidência do PT e foi eleito deputado em 2006.
Apontado como fiador dos empréstimo do publicitário Marcos Valério ao PT — à época ele era presidente do partido. Manteve-se no cargo até que o assessor de um irmão, o deputado José Guimarães (PT-CE), foi apanhado com dólares na cueca. Renunciou à Presidência do PT e foi eleito deputado em 2006.
José Mentor (PT-SP)
Teria recebido R$ 120 mil dos operadores do esquema, por meio do seu escritório de advocacia. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.
Josias Gomes (PT-BA)
Teria recebido R$ 100 mil dos operadores do mensalão. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.
Paulo Rocha (PT-PA)
Acusado de ter recebido R$ 920 mil das empresas envolvidas no mensalão. Renunciou ao mandato para fugir do processo de cassação.
Pedro Henry (PP-MT)
Apontado como operador do PP no esquema. Renunciou ao mandato para fugir do processo de cassação.
Romeu Queiroz (PTB-MG)
Acusado de receber R$ 350 mil das empresas envolvidas no mensalão. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.
Sandro Mabel (PR-GO)
Acusado de oferecer R$ 30 mil mensais à deputada federal Raquel Teixeira (PSDB-GO) para que ela trocasse de legenda. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.
Vadão Gomes (PP-SP)
Acusado de receber R$ 3,7 milhões. Foi absolvido pelo plenário da Câmara.
Valdemar da Costa Neto (PR-SP)
Acusado de ter recebido R$ 10 milhões durante as eleições de 2002 do esquema tocado por Marcos Valério, acabou renunciando durante as investigações.
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