Calejado pelas derrotas no Senado, e pressionado pelas faturas cobradas pelos aliados, o PT concentra esforços para aumentar se possível, dobrar a bancada de senadores em outubro.
O objetivo é formar uma tropa de senadores da confiança pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incumbidos da defesa de um eventual governo Dilma Rousseff (PT).
Um peemedebista, com trânsito no comando da campanha presidencial petista, relatou que Lula empenha-se, pessoalmente, em formar uma "guarda pretoriana de senadores" a tropa pretoriana era um corpo militar de elite criado, na Roma Antiga, pelo imperador Otávio Augusto para sua proteção pessoal.
Notabilizou-se pela combatividade e lealdade aos imperadores.
"É fato que durante os oito anos de governo Lula nunca conseguimos formar uma maioria consistente no Senado", admitiu o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.
O dirigente rechaça a expressão "tropa pretoriana", mas confirma os esforços para formar uma maioria sólida no Senado na próxima legislatura.
Ele trabalha com a possibilidade de eleger de 15 a 18 senadores e lembra que quadros importantes do partido foram destacados para esta eleição, como Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte.
Pimentel um dos coordenadores da campanha de Dilma venceu as prévias do Diretório Estadual para disputar o governo de Minas Gerais, mas o comando nacional do PT cedeu a cabeça de chapa para o peemedebista Hélio Costa.
Dependência do PMDB.
A determinação para escalar uma "tropa de choque" para o Senado partiu do próprio Lula, revela uma fonte petista.
Foi decisão do presidente, por exemplo, lançar a candidatura do ex-ministro da Previdência José Pimentel ao Senado pelo PT do Ceará, contrariando o deputado e ex-ministro Eunício Oliveira (PMDB), que viu ameaçada sua eleição.
Também foi uma ordem presidencial não liberar a petista Gleisi Hoffmann para ser vice em eventual chapa ao governo do Paraná, encabeçada pelo pedetista Osmar Dias.
Dois fatores, em especial, norteiam o PT nessa empreitada:
a falta de trânsito de Dilma com o Congresso e a excessiva dependência de aliados como o PMDB, que conscientes do peso dessa relação, cobram um preço alto pelas demonstrações de lealdade ao governo.
Desde o primeiro mandato de Lula, o PT tem dificuldade para aprovar emendas constitucionais no Senado. Na derrota mais emblemática, o governo arregimentou 45 votos eram necessários 49 para aprovar a prorrogação da CPMF.
Outra derrota foi a criação da CPI da Petrobrás em 2009, além da CPI das ONGs, reduto da oposição em funcionamento há quase três anos.
Para um senador petista, porém, a fatura mais alta que recaiu sobre o PT nesse período teria sido o apoio da sigla ao presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), durante a grave crise dos atos secretos do Senado, revelados pelo Estado em junho de 2009.
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