Rui Nogueira O Estado de S. Paulo
Foi tudo política e milimetricamente calculado. E bem disfarçado para que o País não pensasse que o presidente Lula, como ele mesmo disse, anteontem, em Queluzito (MG), é um chefe de Estado que se deixa "seduzir por qualquer extravagância eleitoral".
A meta era, indiscutivelmente, conquistar o coração e o bolso, em ano eleitoral, dos aposentados que ganham acima do salário mínimo.
Poucos notaram, mas Lula repetiu a dose: os aposentados com benefícios acima do mínimo só ganharam reajuste duas vezes: nos anos eleitorais de 2006 e 2010.
Sem aumento acima da inflação desde 1997, em abril de 2006, no ano da reeleição e pós-mensalão, o governo Lula deu aumento real de 1% a esses aposentados.
O ganho, em 2010, engordou para 3,64%.
Ao reajustar com ganhos reais o salário mínimo, o governo Lula vinha agradando os aposentados que recebem o piso da Previdência e são reajustados automaticamente pelo mínimo.
E quem não estava contente?
O aposentado que ganha dois, três, quatro, cinco e mais salários mínimos. Quanto menos salários mínimos de aposentadoria, menos poder de compra.
Ontem, em Paris, a candidata Dilma Rousseff (PT) disse que Lula mostrou, ao manter o fator previdenciário, que não é possível "sair por aí gastando por conta".
Agora, o PT e o governo Lula, que sempre foram contra o fator previdenciário (criado no governo FHC), usam o fator como boia de salvação.
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