"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 20, 2010

A CANDIDATA É QUE NÃO DÁ PRA LEVAR À SÉRIO.

A uma plateia de investidores e políticos espanhóis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez campanha nesta quarta pela pré-candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, a quem apresentou como “ex-guerrilheira”. Disse ter “convicção” de que Rousseff será eleita.

“Essa ex-guerrilheira pode ser a próxima presidente da República do Brasil”, disse Lula, em discurso durante um seminário sobre o Brasil no Cassino de Madri, um clube frequentado pela alta sociedade da capital espanhola.

“Tenho convicção de que vou eleger minha candidata”.

Lula fazia referência a um dossiê de um empresário espanhol em visita ao Brasil que, segundo ele, alertava para o fato de que Dilma havia combatido contra a ditadura e a chamava de ex-guerrilheira, um termo também adotado pelo jornal espanhol “El País” ao perfilar a pré-candidata em fevereiro deste ano.

“Me dizia um companheiro espanhol que, na primeira vez foi no Brasil, o gabinete dele aqui na Espanha fez um dossiê que colocava Dilma como ‘ex-guerrilheira’.

Mas o Brasil não aceita mais este debate preconceituoso”, declarou Lula.

A plateia, na qual estava o ex-presidente espanhol Felipe González, riu.

Lula falou ainda dos “outros candidatos”, com quem, segundo ele, mantém “relação”.

“Uma delas, a Marina, era do meu partido e foi minha ministra do Meio Ambiente até outro dia.

O José Serra, embora seja do PSDB, é amigo de todo mundo aqui”, disse.

“Mas acho que temos condições de ganhar as eleições”.

Lula voltou a garantir, no entanto, que, qualquer que seja o resultado eleitoral, a política no Brasil continuará a mesma. Embora tenha diferença de programa e de candidato, acho que será muito difícil que quem ganhar as eleições faça com que o Brasil volte a ser como era antes.

O Brasil aprendeu a ser sério.

Folha Online

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