“Essa ex-guerrilheira pode ser a próxima presidente da República do Brasil”, disse Lula, em discurso durante um seminário sobre o Brasil no Cassino de Madri, um clube frequentado pela alta sociedade da capital espanhola.
“Tenho convicção de que vou eleger minha candidata”.
Lula fazia referência a um dossiê de um empresário espanhol em visita ao Brasil que, segundo ele, alertava para o fato de que Dilma havia combatido contra a ditadura e a chamava de ex-guerrilheira, um termo também adotado pelo jornal espanhol “El País” ao perfilar a pré-candidata em fevereiro deste ano.
“Me dizia um companheiro espanhol que, na primeira vez foi no Brasil, o gabinete dele aqui na Espanha fez um dossiê que colocava Dilma como ‘ex-guerrilheira’.
Mas o Brasil não aceita mais este debate preconceituoso”, declarou Lula.
A plateia, na qual estava o ex-presidente espanhol Felipe González, riu.
Lula falou ainda dos “outros candidatos”, com quem, segundo ele, mantém “relação”.
“Uma delas, a Marina, era do meu partido e foi minha ministra do Meio Ambiente até outro dia.
O José Serra, embora seja do PSDB, é amigo de todo mundo aqui”, disse.
“Mas acho que temos condições de ganhar as eleições”.
Lula voltou a garantir, no entanto, que, qualquer que seja o resultado eleitoral, a política no Brasil continuará a mesma. Embora tenha diferença de programa e de candidato, acho que será muito difícil que quem ganhar as eleições faça com que o Brasil volte a ser como era antes.
O Brasil aprendeu a ser sério.
Folha Online
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