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Estudo do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) mostrou que a expansão de crédito estrangeiro para o setor produtivo brasileiro, de US$ 22,9 bilhões, foi a maior do mundo em 2009.
A última divulgação do Banco Central indica que a dívida externa do setor público de médio e longo prazos era de R$ 79 bilhões ou algo como US$ 45,9 bilhões em março, enquanto, segundo o relatório da dívida pública federal, no mesmo mês, a dívida externa pública federal somava US$ 53,18 bilhões.
De fato, o governo precisa capitalizar a Petrobrás, o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, sem falar da necessidade de captar recursos para os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), numa fase em que a opção estratégica do governo é por "mais Estado".
Existe, porém, uma dificuldade séria que é a incapacidade do governo de seguir uma política fiscal que lhe permita, pelo menos, pagar os juros sobre a sua dívida.
Em virtude disso, o caminho escolhido dificilmente pode ser entendido no exterior: o governo emite títulos da dívida para pagar os juros dessa dívida e, assim, quanto mais aumenta a dívida, mais aumenta o que chamamos de apropriação positiva de juros.
Na dívida interna houve, em março, um resgate de R$ 11,97 bilhões, mas uma emissão de R$ 14,69 bilhões em títulos para pagamento de juros, situação que se reproduz a cada mês.
Caberia ter um superávit primário suficiente para pagar pelo menos o serviço da dívida, porém, sabe-se que esse superávit, com as deduções dos investimentos, está se reduzindo a cada ano.
O novo governo terá que enfrentar com coragem o problema da dívida que a evolução cambial pode agravar.
Matéria completa : Uma dívida pública condenada a crescer
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