José Roberto Arruda, encarcerado, está certo, em um ponto, de todos os defeitos que demonstrou política e administrativamente com as evidências que o levaram à prisão, para se fazer justiça limpa e irrestrita falta-lhe companhia, e não é pouca.
Vamos relembrar um passado ainda "pendente" de toda a pompa do parlatório das tribunas políticas e judiciais, que os ministros que levaram Arruda à cadeia pelos fatos recentes devem revirar a memória para justificar outros episódios não tão recentes e que deveriam ser noticiados:
Por que nenhum deputado e senador envolvido no esquema corrupto de fraude em contratos de ambulâncias não foi preso, o famoso caso dos sanguessugas?
Por que o processo dos mensaleiros do PT e da base governista anda a passos de cágado e ninguém viu a cor da cela de Arruda ?
Por que não foram detidos também, diante de todas as provas mais contundentes, os 11 deputados distritais gravados recebendo dinheiro pelo cineasta Durval Barbosa?
A Justiça, tão essencial em nossa História como agora nessa eloquente festa da democracia da prisão do colarinho, deveria olhar para a mancha da sua toga e se perguntar por que ainda não encarcerou outros tantos corruptos - como o governador investigado.
É para comemorarmos, em parte ?
Antes de ficar festejando a prisão de Arruda, o Judiciário deve explicar a afronta à inteligência do cidadão brasileiro e responder as três simples questões citadas acima.
Fica para uma reflexão.
Vamos relembrar um passado ainda "pendente" de toda a pompa do parlatório das tribunas políticas e judiciais, que os ministros que levaram Arruda à cadeia pelos fatos recentes devem revirar a memória para justificar outros episódios não tão recentes e que deveriam ser noticiados:
Por que nenhum deputado e senador envolvido no esquema corrupto de fraude em contratos de ambulâncias não foi preso, o famoso caso dos sanguessugas?
Lista com recomendação para cassação dos mandatos (10 de agosto de 2006)
Por partidosPor que o processo dos mensaleiros do PT e da base governista anda a passos de cágado e ninguém viu a cor da cela de Arruda ?
Do PT
Em ordem alfabética.
- Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, assumiu para si toda a responsabilidade de arquitetar e executar o esquema de financiamento ilegal do PT e de outros partidos aliados com a ajuda de Marcos Valério. Delúbio disse que nem a direção do PT, nem o ministro José Dirceu conheciam a origem dos recursos obtidos com Marcos Valério. Ele alega que estes recursos seriam pagos e que serviram para o pagamento de despesas "não contabilizadas" das campanhas eleitorais de 2002 e 2004 do PT e dos partidos aliados. A versão foi endossada por Valério. Afastou-se do cargo após as denúncias.
- Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os irmãos do Prefeito Celso Daniel dizem que Carvalho transportava malas de dinheiro do esquema de corrupção montado na Prefeitura de Santo André para o então presidente do PT José Dirceu.
- João Magno (PT-MG), Disse que recebeu dinheiro das contas de Marcos Valério, seguindo a orientação do tesoureiro Delúbio Soares.
- João Paulo Cunha (PT-SP), deputado federal, ex-presidente da Câmara. Dois assessores do deputado mais a sua esposa visitaram o Banco Rural no Brasília Shopping. O deputado disse à CPI dos Correios que sua mulher foi ao banco pagar uma prestação de TV a cabo. A diretora financeira da SMPB (empresa de Marcos Valério), Simone Vasconcelos, disse para a Polícia Federal que João Paulo Cunha recebeu R$ 200 mil de ajuda do empresário. Em seguida, documentos enviados pelo Banco Rural mostraram que a esposa de Paulo Cunha sacou R$ 50 mil. Marcos Valério retificou a lista de Simone Vasconcelos e disse que Paulo Cunha recebeu só R$ 50 mil. Porém, Valério não explicou onde foram parar os outros R$ 150 mil. [1]
- José Adalberto Vieira da Silva (PT-CE), preso pela Polícia Federal com US$ 100.000,00 na cueca, assessor do deputado José Nobre Guimarães.[2], [3], [4]
- José Dirceu, acusado por Jefferson de ser o "mandante" e o "cérebro do maior sistema de corrupção da história da República", nega categoricamente as acusações, afirmando desconhecer totalmente o esquema de empréstimos e pagamento a deputados. Demitiu-se do cargo de Ministro Chefe da Casa Civil, reocupando seu mandato de Deputado Federal e passando a dedicar-se totalmente à sua defesa no processo de cassação por quebra de decoro parlamentar contra ele aberto na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. José Dirceu teve seu cargo cassado pela Câmara dos Deputados na noite do dia 30 de novembro de 2005 para a madrugada do dia 1º de dezembro de 2005. Os votos a favor da cassação foram 293.
- José Genoíno, ex-presidente do PT. Denunciado por utilizar Marcos Valério como fiador de empréstimos ao PT junto aos bancos do Brasil, Banco Rural e BMG. Também paira sobre ele a suspeita dos doláres apreendidos na cueca do assessor de seu irmão, o deputado José Guimarães. Renunciou à presidência do PT após o escândalo.
- José Mentor (PT-SP), teve atuação polêmica como relator da CPI do Banestado, quando fez sumir, inexplicavelmente, as menções ao Banco Rural no relatório final da CPI. Seu escritório de advocacia recebeu R$ 60 mil de uma conta no Rural de uma empresa de Marcos Valério.
- José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão de José Genoíno, teve seu assessor flagrado com US$ 100.000,00 na cueca, além de R$ 200.000,00 na mala. O deputado Guimarães também é acusado do recebimento de R$ 250.000,00 das contas de Marcos Valério. [5], [6], [7], [8]
- Josias Gomes (PT - BA), suspeito de retirar, pessoalmente, a quantia de R$ 100 mil das contas de Marcos Valério. [9]
- Juscelino Dourado, chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Pediu demissão em setembro de 2005 em meio a denúncias de que teria participado ao lado de Rogério Buratti e Vladimir Poleto de operações de tráfico de influência no Ministério da Fazenda. [10],[11], [12]
- Luiz Gushiken, ex-dirigente da SECOM (Secretária de Comunicação, até então com status de ministério), que indicava dirigentes para os fundos de pensão. Acusado de favorecimento de uma corretora de seus ex-sócios ligada a fundos de pensão. Os bancos BMG e Rural são suspeitos de lucrar indevidamente com os fundos.[13], [14], [15], [16], [17], [18], [19]
- Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) Sem envolvimento provado no Mensalão, segundo Duda Mendonça em declaração a Veja Lula supostamente teria conhecimento do escândalo de caixa dois do PT, e não denunciou, ele nega.
- Marcelo Sereno, ex-secretário de Comunicações do PT. Demitiu-se após o escândalo.
- Paulo Rocha (PT-PA), deputado federal, ex-líder do PT na Câmara. Sua assessora foi ao Banco Rural onde fez saques das contas de Marcos Valério no valor de R$ 920 mil. Renunciou à liderança do partido e mais tarde ao cargo de deputado para fugir à cassação. [20]
- Professor Luizinho (PT-SP), deputado federal, ex-líder do governo na Câmara, teve um assessor que recebeu R$ 20 mil de Marcos Valério.[21]
- Raimundo Ferreira Silva Júnior, vice-presidente do PT no Distrito Federal. Trabalhava no gabinete do deputado Paulo Delgado (PT-MG). Também sacou dinheiro das contas de Marcos Valério. [22], [23]
- Ralf Barquete, assessor de Antonio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, morreu de câncer em 8 de Junho de 2004. Rogério Buratti disse que em 2002 Barquete consultou-o sobre como fazer para trazer dólares do exterior.
- Rogério Buratti, trabalhou como secretário na prefeitura de Ribeirão Preto, durante a administração do prefeito Antonio Palocci (atual ministro da Fazenda). Foi também assessor do deputado José Dirceu na década de 1980. Foi preso em agosto acusado de lavagem de dinheiro. Em busca do benefício da delação premiada, Buratti começou a fazer várias acusações contra o ministro da Fazenda.
- Sérgio Gomes da Silva, mais conhecido como o "Sombra". Trabalhou na administração do prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002. Segundo o Ministério Público ele é o principal suspeito de ser o mandante do crime. [24], [25], [26], [27]
- Silvio Pereira, ex-secretário Geral do PT. Ao lado de Delúbio Soares e Marcelo Sereno, foi responsável pelo saque de R$ 4.932.467,12 das contas das empresas de Marcos Valério. Durante as investigações, foi acusado de corrupção por ter recebido de presente de uma empresa privada uma Land Rover, em troca de vantagens para na estatal Petrobrás. [28], [29]
- Vladimir Poleto, economista e ex-assessor na Prefeitura de Ribeirão Preto do Ministro da Fazenda Antonio Palocci. Ao lado de Rogério Buratti, é acusado de fazer tráfico de influência. Em 31 de julho de 2002, ajudou a transportar caixas lacradas de bebida de Brasília até São Paulo. Segundo Buratti, dentro das caixas havia dólares doados por Cuba para a campanha de Lula.
- Wilmar Lacerda, presidente do PT no Distrito Federal. Disse para a Polícia Federal que recebeu R$ 380.000,00 da empresa SMPB, do publicitário Marcos Valério. Justificou-se dizendo que apenas seguiu a orientação do tesoureiro do partido Delúbio Soares. [30],[31]
- Waldomiro Diniz, assessor do ministro da Casa Civil José Dirceu. Waldomiro foi acusado de extorquir empresários do Jogo do Bicho e de Casas de Bingo para arrecadar fundos para campanhas políticas do PT. [32]
Por que não foram detidos também, diante de todas as provas mais contundentes, os 11 deputados distritais gravados recebendo dinheiro pelo cineasta Durval Barbosa?
A Justiça, tão essencial em nossa História como agora nessa eloquente festa da democracia da prisão do colarinho, deveria olhar para a mancha da sua toga e se perguntar por que ainda não encarcerou outros tantos corruptos - como o governador investigado.
É para comemorarmos, em parte ?
Antes de ficar festejando a prisão de Arruda, o Judiciário deve explicar a afronta à inteligência do cidadão brasileiro e responder as três simples questões citadas acima.
Fica para uma reflexão.
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