“Estamos terminando o ano brilhantemente”, começou José Sarney a despedir-se do ano que vai terminar com um caso de polícia presidindo o Senado e um jornal algemado pela censura prévia.
Caso se limitasse a escapar do xerife, já teria sido um ano e tanto:
mesmo para os padrões do faroeste brasileiro, o ritmo e o volume de patifarias passou da conta.
Pois no faroeste brasileiro o vilão espancou a lei, amordaçou o perigo e vive tentando roubar o papel do mocinho.
Há quase 150 dias, censurado por um desembargador amigo que atendeu ao pedido do primogênito Fernando, o Estadão está proibido de revelar as patifarias comprovadamente cometidas pelo bando liderado pelo velho pai-da-pátria.
Como manteve a coluna na Folha, Sarney transformou-se no primeiro censor da história que, além de silenciar um grande jornal, publica artigos semanais no concorrente. Há dias, escreveu que está indignado com a corrupção.
É o Brasil.